A média dos preços do açúcar cristal branco caiu neste mês no mercado spot em relação a dezembro/22, contrariando o cenário de pouca disponibilidade para as vendas na pronta-entrega. De acordo com pesquisadores do Cepea, a pressão veio da baixa demanda, tendo em vista que a maioria dos compradores estava abastecida, seja por meio de estoques ou recebendo o açúcar contratado anteriormente. Na parcial de janeiro/23 (até o dia 27), a média do Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar cristal branco, cor Icumsa de 130 a 180, foi de R$ 134,26/saca de 50 kg, 3,73% menor que a de dezembro/22 (R$ 139,46/saca de 50 kg).
ETANOL: DEMANDA POR HIDRATADO SE REAQUECE, E INDICADOR AVANÇA
De acordo com informações do Cepea, a demanda pelo etanol hidratado se reaqueceu em alguns dias da semana passada, especialmente após o anúncio da Petrobras (BVMF:PETR4) de reajuste da gasolina nas refinarias, ocorrido na terça-feira, 24. Esse fato levou algumas distribuidoras a participar mais ativamente das compras. Entre 23 e 27 de janeiro, o Indicador CEPEA/ESALQ semanal do etanol hidratado segmento produtor do estado de São Paulo fechou a R$ 2,6898/litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins – alíquota zerada), avanço de 5,08% frente ao do período anterior. Contudo, este movimento não foi suficiente para reverter as fortes quedas registradas nas três semanas anteriores.
TRIGO: PREÇOS TÊM VARIAÇÕES DISTINTAS DENTRE REGIÕES, MAS QUEDAS PREVALECEM
Apesar de os valores do trigo estarem registrando variações distintas dentre as regiões acompanhadas pelo Cepea, as quedas ainda prevalecem. No Paraná e no Rio Grande do Sul, inclusive, os valores médios mensais já operam nos menores patamares desde janeiro/22 e outubro/21, respectivamente – período que antecedeu o começo dos conflitos no leste europeu. Assim, em algumas regiões levantadas pelo Cepea, as reações nos preços estão atreladas à menor oferta da Argentina, à restrição vendedora no Brasil e ao bom desempenho das exportações nacionais. Já em outras praças, as cotações são pressionadas pelo maior interesse de venda – muitos produtores precisam liberar estoques em armazéns para a chegada da safra de verão.
BANANA: BAIXA OFERTA NACIONAL REDUZ EXPORTAÇÕES EM 2022
Houve redução nas exportações brasileiras de banana em 2022. Conforme dados da Secex, o volume embarcado para a União Europeia no ano foi de 10,6 mil toneladas, ou seja, queda de 44% frente a 2021. Para o Mercosul, a quantidade foi de 73,9 mil toneladas, baixa de 16% na mesma comparação. Segundo informações do Hortifruti/Cepea, a diminuição do volume exportado se deve à baixa oferta nacional de nanica no período, que dificultou até mesmo a comercialização no mercado interno e está relacionada aos impactos climáticos e a menores tratos culturais (devido ao alto custo). Em contrapartida, a receita das exportações para o Mercosul aumentou 14% em 2022, já que a baixa oferta no bloco como um todo impulsionou as cotações médias.