Os valores do açúcar cristal negociado no mercado spot paulista mantiveram-se firmes na casa dos R$ 65,00/por saca de 50 kg na semana passada. De acordo com pesquisadores do Cepea, esse cenário foi observado mesmo com a Unica (União das Indústrias de Cana-de-Açúcar) indicando aumento na produção do adoçante no acumulado desta safra 2019/20. No entanto, esse avanço pode ser considerado pontual, uma vez que as usinas de São Paulo podem antecipar o final da moagem deste ano.
ETANOL: DEMANDA MANTÉM PREÇOS EM ALTA
As cotações dos etanóis anidro e hidratado subiram pela sexta semana consecutiva no mercado paulista, segundo informações do Cepea, devido à demanda aquecida. Entre 21 e 25 de outubro, o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado (preço ao produtor) fechou a R$ 1,8221/litro (sem ICMS e sem PIS/Cofins), avanço de 1,03% em relação ao da semana anterior. No caso do etanol anidro, o Indicador CEPEA/ESALQ foi de R$ 1,987/litro (sem PIS/Cofins), pequena elevação de 0,16% no mesmo período. As altas foram observadas mesmo com o aumento na produção de etanol. Dados da Unica indicam que, de 1º de abril a 16 de outubro, foram produzidos 27,52 bilhões de litros de etanol na região Centro-Sul do País, crescimento de 5,93% em relação ao mesmo período de 2018, sendo 19,2 bilhões de litros de hidratado e 8,31 bilhões de litros de anidro.
TRIGO: COM DÓLAR MAIS BAIXO, AGENTES VOLTAM A SE INTERESSAR POR IMPORTAÇÃO
O interesse de compradores brasileiros na importação de trigo voltou a aumentar, devido à desvalorização do dólar frente ao Real, conforme informações levantadas pelo Cepea. Entre 21 e 28 de outubro, a moeda norte-americana se desvalorizou 3,53%, a R$ 3,989 na segunda-feira, 28 – o dólar estava acima dos R$ 4,00 desde meados de agosto deste ano. Isso diminuiu a diferença entre os preços do trigo importado e do nacional, mas, ainda assim, o cereal externo se mantém negociado acima do doméstico. Quanto à colheita, no Rio Grande do Sul as atividades alcançaram 16% da área semeada até o dia 24, de acordo com informações da Emater. No Paraná, segundo o Deral/Seab, a colheita havia atingido 82% da área até o dia 22.
BATATA: SUL DE MG LIDERA ALTA DOS CUSTOS
Dentre as regiões produtoras de batata acompanhadas pelo Hortifrúti/Cepea, o Sul de Minas Gerais apresentou a alta mais expressiva nos custos em 2019, principalmente na safra de inverno. O principal item que elevou os custos foi a semente – o preço desse insumo dobrou de 2018 para 2019. Como a produtividade neste ano está menor, o custo é maior frente ao ano passado tanto por hectare quanto por saca. Os fertilizantes também se valorizaram, mas de forma menos expressiva frente ao verificado na safra de 2018, quando o dólar elevado impulsionou as cotações do insumo.