Os preços médios do açúcar cristal branco voltaram a subir no mercado spot de São Paulo nos últimos dias. Segundo pesquisadores do Cepea, o impulso veio do aquecimento na demanda para negociações a pronta-entrega, que elevou parcialmente a liquidez. Do lado da oferta, a disponibilidade de cristal seguiu restrita, sobretudo a de tipos de melhor qualidade, como o Icumsa 150. Outro fator que contribuiu para a sustentação dos preços domésticos do cristal foi a valorização do demerara na Bolsa de Nova York (ICE Futures). A elevação externa, inclusive, fez com que as exportações brasileiras de açúcar recuperassem vantagem sobre as vendas internas, mesmo que o Indicador CEPEA/ESALQ tenha voltado a subir.
ETANOL: INDICADORES TÊM SEMANA DE ESTABILIDADE
Os preços dos etanóis negociados por usinas do estado de São Paulo fecharam a semana passada praticamente estáveis. Entre 11 e 15 de março, o Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado teve média de R$ 2,0644/litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), ligeira queda de 0,3% frente à do período anterior. Para o anidro, o Indicador CEPEA/ESALQ foi de R$ 2,3635/litro (líquido de PIS/Cofins), pequena alta de 0,17%. Segundo pesquisadores do Cepea, do lado da oferta, poucas unidades produtoras que ainda possuem estoques da safra atual ofertaram o biocombustível. De modo geral, a postura de vendedores foi firme, com muitos atentos à proximidade da temporada 2024/25. Do lado da demanda, algumas distribuidoras estiveram mais ativas no spot.
TRIGO: NEGÓCIOS SEGUEM PONTUAIS; PRODUTOR FOCA COLHEITA DA SAFRA VERÃO
As negociações envolvendo trigo seguem pontuais no mercado brasileiro. Segundo pesquisadores do Cepea, apesar da maior presença compradora, produtores continuam focados na colheita da safra verão. A semeadura da nova safra de trigo deve iniciar em abril. Quanto aos preços, levantamento do Cepea mostra que as cotações internas do grão seguem enfraquecidas. Novas estimativas sinalizam queda na área cultivada com trigo na temporada 2024, por conta dos valores menos atrativos. Ainda assim, se a produtividade ficar dentro da média, a oferta pode superar a do ano anterior, conforme apontam pesquisadores do Cepea. A Conab estima a área nacional em 3,26 milhões de hectares para 2024, sendo 6% menor que a do no ano passado. No entanto, a produtividade média nacional pode crescer 26%, indo para 2,937 t/ha, o que resultaria em produção de 9,587 milhões de toneladas, 18,4% acima da colhida em 2023.
UVA: COM BAIXA QUALIDADE, UVA NEGRA SEM SEMENTE SEGUE EM DESVALORIZAÇÃO
Os preços da uva negra sem semente estão em queda na região do Vale do São Francisco (PE/BA). De 11 a 15 de março, a fruta embalada foi negociada à média de R$ 10,35/kg, baixa de 11,5% em relação à semana anterior. Segundo pesquisadores do Hortifrúti/Cepea, o menor volume de precipitações nos últimos dias trouxe alívio aos produtores, mas a situação da uva BRS vitória ainda é delicada, já que a fruta apresenta qualidade abaixo da esperada. Colaboradores do Cepea relatam que doenças fúngicas ainda são verificadas nos parreirais de variedades BRS, provocadas pelo prolongamento da umidade no ar e no solo, além de rachadura de bagas e abortamento das floradas para as safras futuras. Já auva branca sem semente embalada (representada principalmente pela ARRA 15) foi comercializada à média de R$ 15,83/kg na semana passada, leve redução de 1% em comparação com a anterior. A uva branca é mais resistente a intempéries e, por isso, apresentou menor oscilação de valor na região do Vale (BVMF:VALE3).