Ações: Modismo ou Oportunismo?

Publicado 05.12.2019, 09:32
Atualizado 09.07.2023, 07:32

Um milhão é o número de pessoas que entraram na Bolsa de Valores nos últimos 3 anos. Um fenômeno que pode ser explicado por muitos motivos, tais como: a queda vertiginosa da taxa básica de juros – SELIC, a transformação digital e a popularização dos instrumentos de renda variável.

Em essência, uma ação representa a menor fração do capital social de uma empresa que, por sua vez, está sujeita a variação de mercado. Sendo assim, uma ação pode se valorizar e se desvalorizar com o passar do tempo. Por isso, apesar de simples, para ter êxito, o aplicador precisa interpretar cenários econômicos, analisar os fundamentos da empresa e dominar técnicas de gestão de risco. Mas esse novo investidor está realmente preparado para esse tipo de investimento?

O problema começa com a “romantização” deste tipo de investimento. Muitos são atraídos por fórmulas milagrosas, por promessas de ganho fácil e de rentabilidade muito acima da realidade. O que é disseminado, repetidas vezes, por empresas que comercializam relatórios de análises, por vendedores de cursos e por influenciadores digitais.

No entanto, vale ressaltar, que muitas dessas empresas possuem inúmeros processos em órgãos regulatórios e muitos desses influenciadores não possuem qualificação e nem a experiência mínima necessária para compreender o mercado.

Também é um agravante, o viés comportamental chamado de Aversão à Perda, que nos faz atribuir maior importância às perdas do que aos ganhos, o que nos induz, frequentemente, a correr mais riscos no intuito de tentar reparar eventuais prejuízos. Alguns estudos sugerem que isso se dá porque, do ponto de vista psicológico, a dor da perda é sentida com muito mais intensidade do que o prazer com o ganho.

Essa assimetria, na forma como as perdas e ganhos são sentidos, nos leva a insistir em investimentos sem perspectiva futura de melhora, seja pelo medo da dor de realizar prejuízo, seja pela recusa em admitir eventuais erros na escolha da aplicação.

Embora tenha uma dinâmica totalmente diferente para o investidor acostumado com a renda fixa, o mercado de ações pode gerar retornos bem superiores. Com a queda da SELIC até os níveis próximos da inflação, os investimentos em renda fixa ficam cada vez menos atraentes. Isso acontece, porque o juro real acaba sendo negativo, e alguns deles, ainda possuem a incidência de imposto de renda.

Talvez você esteja se perguntando, como evitar as ciladas e ter bons rendimentos. A resposta é bem simples, é com uma boa dose de estudos. O bilionário Warren Buffet, considerado o maior investidor da história, nos deixa uma dica preciosa: “Nunca invista em um negócio que você não entende”.

Por isso, é fundamental conhecer bem a empresa na qual se tornará sócio. Desse modo, estará mais tranquilo diante da volatilidade. Também é muito importante estabelecer uma estratégia com objetivo de ganho e um limite financeiro de perda. Lembre-se, o objetivo aqui é se manter no jogo, então, tenha aversão ao risco e não à perda.

Outra forma de aumentar suas chances de ter bons resultados, é sendo paciente. A paciência é um dos atributos mais importantes de um investidor. Não existe um investimento ruim, o que ocorre é você está no lugar errado e no momento errado. Por conseguinte, acompanhe o mercado e esteja atento às “Promoções”.

Portanto, se você é marinheiro de primeira viagem, não tenha medo. Vai levar certo tempo para que o ápice de rentabilidade aconteça realmente. Além disso, é preciso ter “sangue-frio” para enfrentar as baixas e compreender que as quedas são naturais na renda variável. E, aos poucos, você vai entender como é todo o processo, e o melhor de tudo, terá muito mais retorno.

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