O mercado local resistiu o quanto pode à realização de lucros no exterior, porém, sequer o fluxo do investidor estrangeiro foi suficiente para evitar a desvalorização do Real frente ao dólar e a abertura da curva de juros respondeu ao IGP-M no topo das projeções dos analistas.
A inflação e o mercado de trabalho continuam no foco hoje com a divulgação da PNAD contínua de fevereiro, onde o resultado pode ser abaixo das projeções, em meio ao CAGED sensivelmente mais forte e nos EUA, Job Cuts e a inflação do PCE, após a divulgação do PIB ontem.
Aos EUA, continuam os temores de que a inflação comece a adentrar em um terreno em que as intervenções a ‘conta-gotas’ do Fed possam não serem suficientes para evitar o descontrole de preços e os dados do PCE trimestral ontem mostraram isso.
O dado de fechamento de 2021 para o PIB foi levemente abaixo das expectativas, enquanto o de inflação foi mais forte, carregando inércia para 2022, o que já é observável nos dados de CPI e PPI e devem se confirmar nos PCEs mensais de hoje.
O problema atual é que a perspectiva de aperto nos EUA, segundo o Fed, não prescreve nada muito além de 2,5%, algo que as curvas de juros também impõem de certa maneira, porém a demora em promover um aperto mais consistente pode levar à necessidade de maior potência da política monetária.
O outro problema é que este mandato do Fed está literalmente aguardando a inflação reduzir sua pressão sem maiores intervenções, portanto, evitando ao máximo um aperto monetário e a redução do balanço da instituição.
Tudo neste cenário acaba por depender de fatores repletos de incertezas como a extensão da invasão russa à Ucrânia, se efetivamente os lockdowns na China promoverão um novo ciclo de pressão de preços e de choques de oferta e como os EUA devem se comportar em meio à crise do petróleo.
A China já dá sinais de uma atividade afetada pelos lockdowns, visto hoje nos dados de PMI em zona de retração em toda sua composição em março.
Aos mercados, pesa-se o fim de um mês extremamente volátil, marcado por incertezas, de um trimestre igualmente agitado e de mudanças profundas no mundo, após a invasão russa, criando o cenário perfeito para o fim da globalização.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em alta, com o fechamento do mês e as incertezas quanto à questão ucraniana.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, após dados fracos da economia chinesa.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceto paládio e minério de ferro.
O petróleo abre em queda em Londres e Nova York, com os PMIs fracos na China, abrindo espaço para uma atividade global igualmente enfraquecida.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 3,10%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 4,7716 / 0,29 %
Euro / Dólar : US$ 1,11 / -0,439%
Dólar / Yen : ¥ 121,95 / 0,172%
Libra / Dólar : US$ 1,31 / -0,152%
Dólar Fut. (1 m) : 4773,51 / 0,15 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 23: 12,77 % aa (0,31%)
DI - Janeiro 24: 12,18 % aa (1,46%)
DI - Janeiro 26: 11,32 % aa (1,43%)
DI - Janeiro 27: 11,33 % aa (1,07%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,2046% / 120.260 pontos
Dow Jones: -0,1852% / 35.229 pontos
Nasdaq: -1,2132% / 14.442 pontos
Nikkei: -0,73% / 27.821 pontos
Hang Seng: -1,06% / 21.997 pontos
ASX 200: -0,20% / 7.500 pontos
ABERTURA
DAX: -0,099% / 14591,61 pontos
CAC 40: -0,282% / 6722,57 pontos
FTSE: -0,119% / 7569,70 pontos
Ibov. Fut.: 0,18% / 120784,00 pontos
S&P Fut.: 0,11% / 4601 pontos
Nasdaq Fut.: 0,443% / 15132,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -1,60% / 124,43 ptos
Petróleo WTI: -6,21% / $101,12
Petróleo Brent: -5,09% / $107,68
Ouro: -0,43% / $1.925,12
Minério de Ferro: 0,05% / $150,61
Soja: -0,14% / $1.660,50
Milho: -0,10% / $737,00
Café: -0,18% / $222,05
Açúcar: -0,46% / $19,35