O fenômeno global da inflação continua a mostrar seus aspectos mais perversos, com dados no mundo registrando novos recordes de taxa, regredindo o mundo aos períodos mais difíceis do final do século XX.
Na Alemanha, o dado anual superou o teto histórico desde a criação da medida atual em 1992, enquanto no Reino Unido, a história é a mesma, a maior inflação em 30 anos, tanto no atacado, quanto no varejo.
Nos EUA, a leitura do CPI ontem abriu espaço para um pretenso alívio, após a leitura de um núcleo de 0,3%, abaixo das expectativas de 0,5%, o que suscitou leituras inclusive de um possível “pico” inflacionário/
Todavia, a melhora do índice foi causada principalmente pela queda no preço de veículos usados, o que ocorreu devido a um “suspiro” da indústria global no início do ano, onde parte dos estoques foram renovados devido à chegada de suprimentos que estavam estacionados na China.
Neste período, em nível global, houve na China o embarque acelerado de uma série de encomendas da indústria mundial, no que se imaginaria ser o início do fim do choque de ofertas e muito disso se refletiu em entregas daquilo que estava atrasado na indústria.
Diferente do que acontece no Brasil, onde a pressão de preços usualmente é ascendente, o repasse nos EUA costuma ser mais rápido e a dinâmica da inflação igualmente acelerada, o que explicaria um breve alívio no núcleo do CPI de março.
O problema é este, pois tal alívio não é reflexo de um pico de inflação ou de resolução do problema do choque de ofertas, que se mostrou novamente presente, após novos surtos pandêmicos em diversas localidades industriais da China.
É limitada a capacidade das autoridades monetárias em prever o início do fim desta crise de preços, dada a dependência com os eventos que continuam em andamento na China e das políticas lenientes de juros, como da Europa.
Deste modo, as atenções continuam voltadas aos dados de inflações no mundo, como o PPI hoje e como isso se reflete tanto nas curvas de juros americanas, como na perspectiva de aperto monetário aqui no Brasil, após a ‘surpresa’ do IPCA.
Atenção hoje também às vendas ao varejo no Brasil e à temporada de balanços, com os resultados de JPMorgan (NYSE:JPM) (SA:JPMC34) e BlackRock (NYSE:BLK) (SA:BLAK34).
Abertura de mercados
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em alta, com foco dos investidores na inflação e políticas monetárias.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, após alta nas exportações na China.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, exceção ao minério de ferro.
O petróleo abre em alta em Londres e Nova York, apesar das pressões para baixo pela perspectiva econômica na China.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -2,18%.
Câmbio
Dólar à vista : R$ 4,6755 / -0,42 %
Euro / Dólar : US$ 1,08 / 0,000%
Dólar / Yen : ¥ 126,08 / 0,574%
Libra / Dólar : US$ 1,30 / 0,000%
Dólar Fut. (1 m) : 4698,78 / -0,14 %
Juros futuros (DI)
DI - Janeiro 23: 13,10 % aa (1,08%)
DI - Janeiro 24: 12,68 % aa (0,24%)
DI - Janeiro 26: 11,77 % aa (0,38%)
DI - Janeiro 27: 11,71 % aa (0,56%)
Bolsas de valores
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,6892% / 116.147 pontos
Dow Jones: -0,2557% / 34.220 pontos
Nasdaq: -0,3011% / 13.372 pontos
Nikkei: 1,93% / 26.843 pontos
Hang Seng: 0,26% / 21.374 pontos
ASX 200: 0,34% / 7.479 pontos
ABERTURA
DAX: -0,909% / 13996,53 pontos
CAC 40: -0,485% / 6505,68 pontos
FTSE: 0,047% / 7580,21 pontos
Ibovespa Futuros.: -0,57% / 116256,00 pontos
S&P 500.: 0,35% / 4408,5 pontos
Nasdaq 100.: 0,541% / 14002,25 pontos
Commodities
Índice Bloomberg: 0,75% / 129,77 ptos
Petróleo WTI: 1,72% / $102,33
Petróleo Brent: 1,48% / $106,19
Ouro: 0,56% / $1.979,69
Minério de ferro: -1,05% / $155,56
Soja: -0,25% / $1.664,50
Milho: -0,52% / $774,25
Café: 0,45% / $234,15
Açúcar: 0,40% / $20,36