O dia do FOMC traz grande apreensão ao mercado financeiro mundial, dadas as perspectivas cada vez mais concretas de redução ainda mais intensa da compra e recompra de ativos, o famoso tapering e da consequente normalização dos juros, a partir do fim deste processo.
A inflação ao atacado anual nos EUA, a maior em termos históricos recentes e se aproximando de 10% e superando as expectativas dos analistas foi o mote para a piora dos mercados ontem e neste contexto, a decisão do Fed hoje será de suma importância em sua comunicação, a qual ocorre pós-reunião.
Lembremos um ponto importante, pois mesmo que haja aceleração do tapering, isso não significa necessariamente que o processo de retomada do aperto monetário é automático.
Ele depende exatamente da ancoragem ou desancoragem das expectativas de inflação medidas na proximidade do fim do processo, do quão aquecida estará a economia e como se comportará a série de problemas que está em voga neste momento.
De qualquer maneira, o mercado financeiro e seus investidores tendem a antecipar os movimentos e a perspectiva de menor liquidez gera menos apreensão do que a elevação de juros, dado o passado de ‘flight to quality’ (busca por segurança) que ocorria sempre que os EUA elevavam juros.
A questão importante a se perguntar é se após uma década de ganhos constantes e fortes, propelidos por estímulos de bancos centrais, o mundo estaria preparado para estacionar quantidades monumentais de dinheiro nos EUA, com rendimentos pífios, somente por que está rendendo um pouco mais e “é seguro”.
Este pode ser o fiel da balança para a busca pelo prêmio de maior risco.
Localmente, a ata da última reunião do COPOM mostrou um comitê que não confia mais na ancoragem das expectativas de inflação e decidiu agir “preventivamente” para tentar debelar algo que não se controla com política monetária, ou seja, em termos de comunicação, o pior sinal que um BC pode emitir.
Atenção hoje no Brasil ao IBC-Br e IGP-10, nos EUA, vendas ao varejo, estoques, atividade do Fed de NY, preços de importados e exportados e reação à inflação britânica acima das projeções, entre as maiores da história.
Abertura de mercados
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em baixa, na expectativa pela decisão do FOMC.
Em Ásia-Pacífico, mercados mistos, com Hong Kong liderando perdas, após dados de atividade na China abaixo das expectativas, como vendas ao varejo e indústria.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, destaque ao cobre e platina.
O petróleo abre queda em Londres e Nova York, com as apostas de que o crescimento da oferta de petróleo vai superar a demanda.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 0,23%.
Câmbio
dólar à vista : R$ 5,6897 / 0,24 %
Euro / Dólar : US$ 1,13 / 0,124%
Dólar / Iene : ¥ 113,76 / 0,026%
Libra / Dólar: US$ 1,33 / 0,242%
Dólar Fut. (1 m) : 5717,08 / 0,53 %
Juros futuros (DI)
DI - Janeiro 23: 11,47 % aa (0,35%)
DI - Janeiro 24: 10,78 % aa (-0,60%)
DI - Janeiro 26: 10,35 % aa (-1,15%)
DI - Janeiro 27: 10,36 % aa (-1,24%)
Bolsas de valores
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,5805% / 106.760 pontos
Dow Jones: -0,2995% / 35.544 pontos
Nasdaq: -1,1395% / 15.238 pontos
Nikkei: 0,10% / 28.460 pontos
Hang Seng: -0,91% / 23.421 pontos
ASX 200: -0,70% / 7.327 pontos
ABERTURA
DAX: 0,367% / 15510,25 pontos
CAC 40: 0,715% / 6944,59 pontos
FTSE 100: -0,383% / 7191,02 pontos
Ibovespa Futuros.: -0,75% / 106698,00 pontos
S&P 500 Futuros.: -0,02% / 4636 pontos
Nasdaq 100 Futuros.: -0,287% / 15875,00 pontos
Commodities
Índice Bloomberg: -0,59% / 95,41 ptos
Petróleo WTI: -0,89% / $69,91
Petróleo Brent: -0,71% / $72,94
Ouro: -0,03% / $1.768,25
Minério de Ferro: 0,87% / $107,04
Soja: -0,10% / $1.258,75
Milho: -0,25% / $588,75
Café: 0,19% / $237,15
Açúcar: -1,07% / $19,43