As atenções ontem se voltaram ao IPCA, inflação oficial no Brasil e seu resultado próximo de nossa projeção e da mediana do mercado financeiro, aos 0,54% em janeiro, pressionado por itens de núcleo e alimentos, porém em franca descompressão, ante os 0,73% registrados em dezembro de 2021.
Ainda que tais pressões continuem, o que o índice demonstrou é a tendência de reversão do ciclo de alta mais perverso de preços, que em partes era capitaneado pelo item habitação, dadas as secas do ano passado elevando os custos de energia, alimentos, pelos mesmos motivos e transportes, em meio às altas do petróleo.
Este último item ainda é o que impõe o maior risco à inflação brasileira, em especial com o rompimento dos US$ 90 o barril do petróleo no mercado internacional, mas que tem sido parcialmente atenuado pela queda forte do etanol, em queda desde o pico de novembro, auge do período de secas.
Ao mesmo tempo, pode ser um fator importante, em caso de conclusão do acordo nuclear do Irã, potencialmente se tornando o maior fornecedor global de petróleo e gerando um teto importante de preços.
Alimentação está prestes a arrefecer nos itens mais recentes e as pressões de núcleo, em grande parte são resultado da atividade econômica ainda em andamento, dado o contexto em que a COVID-19 deixou de trazer novos lockdowns.
Em resumo, com o cenário citado acima e o Real valorizado podendo impactar os índices ao atacado para baixo, o risco imposto à inflação no Brasil vem do custo de transportes e do fator fiscal, no caso da aprovação de uma possível PEC dos combustíveis no congresso, elevando a volatilidade dos ativos.
No restante, existe abertura para que a inflação continue a arrefecer, mesmo com a expectativa de impacto sazonal dos índices em fevereiro e que a política extremamente pesada do Banco Central tenha que ser revista.
Declarações públicas de membros do BC pesaram o cenário desenhado na última ata do COPOM, ao ponto de influenciar negativamente os ativos e alterar o rumo da curva de juros, após a divulgação do IPCA.
O cenário hoje preserva o peso da inflação, agora com a divulgação do CPI nos EUA, em meio à expectativa de alta de juros pelo FOMC no próximo mês e somente um dado muito fora das projeções altera o cenário desenhado pelo Fed para março.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em baixa, na expectativa por dados de inflação nos EUA.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, aguardando os dados de inflação nos EUA e reagindo à manutenção de juros na Índia.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceto minério de ferro e o cobre.
O petróleo abre em leve alta em Londres e Nova York, com investidores de olho nas negociações EUA-Irã.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 3,96%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,234 / -0,49 %
Euro / Dólar : US$ 1,14 / 0,175%
Dólar / Yen : ¥ 115,76 / 0,234%
Libra / Dólar : US$ 1,36 / 0,273%
Dólar Fut. (1 m) : 5242,73 / -0,96 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 23: 12,26 % aa (2,55%)
DI - Janeiro 24: 11,73 % aa (1,52%)
DI - Janeiro 26: 11,13 % aa (0,09%)
DI - Janeiro 27: 11,20 % aa (-0,53%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,2022% / 112.461 pontos
Dow Jones: 0,8608% / 35.768 pontos
Nasdaq: 2,0848% / 14.490 pontos
Nikkei: 0,42% / 27.696 pontos
Hang Seng: 0,38% / 24.924 pontos
ASX 200: 0,28% / 7.288 pontos
ABERTURA
DAX: 0,076% / 15493,77 pontos
CAC 40: -0,186% / 7117,62 pontos
FTSE: 0,004% / 7643,71 pontos
Ibov. Fut.: 0,14% / 112571,00 pontos
S&P Fut.: -0,23% / 4567 pontos
Nasdaq Fut.: -0,341% / 14984,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,28% / 110,05 ptos
Petróleo WTI: 0,16% / $89,80
Petróleo Brent: 0,02% / $91,57
Ouro: -0,04% / $1.832,51
Minério de Ferro: 3,44% / $147,64
Soja: 0,36% / $1.601,25
Milho: -0,15% / $645,75
Café: -0,06% / $257,60
Açúcar: -0,22% / $18,45