Somente o ônus e sem o bônus.
O estresse da abertura do mês de maio e a expectativa com as reuniões de política monetária – as quais se iniciam hoje - incrementaram a volatilidade da sessão, onde localmente falhou em acompanhar a intensa recuperação das bolsas americanas no final da sessão.
Mantivemos a tríade de abertura de curva de juros, com câmbio em alta e bolsa de valores em queda, dadas as incertezas da necessidade de um movimento considerado extremo por parte do Fed, o qual afetaria o câmbio e consequentemente, boa parte da inflação brasileira.
Enquanto isso, apesar de declarações recentes demonstrando a usual resistência em admitir a necessidade de correção da política de juros mantida erroneamente por anos, o BCE observou uma inflação ao atacado de 5,5% ao mês em abril, elevando a taxa anual de 31,5% para 36,8%, acima até dos padrões brasileiros.
Neste contexto, fica difícil usar o caráter “recessivo” do conflito na Ucrânia como subterfugio a se manter os juros e estímulos com mudanças marginalmente inócuas, como querem diversos membros do BCE e urge a necessidade de uma ação.
Para o Brasil, este cenário de estresse global de juros, um contexto de dólar novamente valorizado, juntamente a outras moedas de economias centrais pesa e muito na nossa inflação, dadas as características de nossa economia, como citamos no passado, com dólar a se aproximar de R$ 4,30.
Ainda assim, apesar do estresse de curto prazo, reiteramos nossa percepção de que os juros internacionais ainda têm um spread consideravelmente distante dos rendimentos no Brasil, em especial em termos de reais e o movimento recente de investidores estrangeiros aqui, apesar da desvalorização do Real frente ao dólar, mostra que o apetite pelos ativos locais pode ser reativado.
Resta, como citamos ontem, a reversão da série de problemas que alimenta a continuidade da inflação, como lockdowns na China e consequente problema de ofertas e a invasão russa.
Só deve-se deixar claro que tais eventos foram catalisadores da continuidade de uma inflação que já vinha se desenhando e não os causadores, havendo um caminho longo para seu controle no médio prazo.
Atenção hoje à agenda de atividade econômica, com produção industrial no Brasil, pedidos às fábricas, de bens duráveis e de bens de capital nos EUA, além da abertura de postos de trabalho e em ambos os países, vendas de veículos.
No Brasil, o BC atua no swap com colocação de US$ 1 bilhão, além da usual rolagem.
LaGarde fala na Alemanha, após o tenebroso PPI europeu.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em baixa, após a forte reversão nas bolsas americanas ontem.
Em Ásia-Pacífico, mercados mistos, com feriados e alta de juros na Austrália.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, exceção ao ouro e minério de ferro.
O petróleo abre em queda em Londres e Nova York, com os dados mais fracos na China e aumento de oferta.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -0,22%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,0855 / 2,28 %
Euro / Dólar : US$ 1,05 / 0,038%
Dólar / Yen : ¥ 130,09 / -0,023%
Libra / Dólar : US$ 1,25 / 0,264%
Dólar Fut. (1 m) : 5128,97 / 2,85 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 23: 13,08 % aa (0,42%)
DI - Janeiro 24: 12,68 % aa (0,79%)
DI - Janeiro 26: 12,01 % aa (1,31%)
DI - Janeiro 27: 11,99 % aa (1,31%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -1,1472% / 106.639 pontos
Dow Jones: 0,2556% / 33.062 pontos
Nasdaq: 1,6326% / 12.536 pontos
Nikkei: -0,11% / 26.819 pontos
Hang Seng: 0,06% / 21.102 pontos
ASX 200: -0,42% / 7.316 pontos
ABERTURA
DAX: 0,218% / 13969,44 pontos
CAC 40: 0,466% / 6455,56 pontos
FTSE: -0,492% / 7507,47 pontos
Ibov. Fut.: -0,86% / 107884,00 pontos
S&P Fut.: -0,14% / 4145,25 pontos
Nasdaq Fut.: 0,067% / 13048,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,39% / 129,47 ptos
Petróleo WTI: -0,73% / $104,40
Petróleo Brent: -1,09% / $106,41
Ouro: -0,20% / $1.858,73
Minério de Ferro: -1,54% / $143,65
Soja: -0,12% / $1.672,50
Milho: -0,06% / $818,00
Café: 0,25% / $216,95
Açúcar: -0,37% / $18,79