Grande foco do dia na ata da última reunião do COPOM e no IPCA, ambos elementos importantes para decifrar o futuro movimento de política monetária, seja ele de elevação ou de manutenção dos juros nos atuais patamares.
Os combustíveis como o fiel da balança tiveram um peso importante na deflação que deve ser observada no bimestre comprimido pelos meses de julho e agosto, porém há um movimento de desinflação importante ocorrendo, em partes pela redução do peso global das commodities.
Como citamos aqui anteriormente, os dois eventos de catalisação da inflação mundial perderam força, pois o escoamento de grãos da Ucrânia descomprimiu parte dos preços agrícolas e o petróleo se perde no temor de recessão em diversos países.
Já a China “engatou uma segunda” na sua produção industrial, mesmo com a política, agora mais relaxada, de COVID Zero e o fluxo de bens do país voltou a inundar o mundo, iniciando uma descompressão dos preços do atacado, ou seja, o início do fim do choque de ofertas.
Com isso, os elementos que levam à uma inflação mais modesta por aqui, sequer são contaminados pelo excesso de liquidez promovida pelos Bancos Centrais, afinal, o processo agressivo de correção dos erros dos juros a 2% foi rápido e se antecipou à maior parte dos países do mundo.
E é neste contexto em que o Bacen se insere e deveria comunicar mais claramente, sem pretensas “proteções” o fim do ciclo de aperto monetário e decretar a taxa atual como aquela que permanecerá por um longo período.
Se isso não ocorrer agora, deveria ocorrer via os canais informais de comunicação hoje utilizados pelos Bancos Centrais, como entrevistas e lives com instituições financeiras.
Essa manutenção nos mantém competitivos contra as pretensas elevações de juros nos EUA e Europa e pode renovar o interesse do investidor estrangeiro, enquanto combatemos a inflação local, com a taxa de juros em uma zona fortemente contracionista, como estamos agora.
Já a economia brasileira, esta é mais resiliente à inflação e juros altos do que os teoremas podem prever, daí a dificuldade em se promover política monetária aqui.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em alta, enquanto Wall Street aguarda mais balanços e dados de inflação.
Em Ásia-Pacífico, mercados mistos, com o Nikkei liderando as perdas, devido à queda nas ações do SoftBank.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, exceção ao minério de ferro e prata.
O petróleo cai em Londres e em Nova York, com a possibilidade de aumento de oferta do Irã.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 1,03%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,1124 / -1,02 %
Euro / Dólar : US$ 1,02 / 0,402%
Dólar / Yen : ¥ 134,74 / -0,037%
Libra / Dólar : US$ 1,21 / 0,331%
Dólar Fut. (1 m) : 5146,00 / -1,19 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Junho 23: 13,64 % aa (-0,01%)
DI - Janeiro 24: 12,92 % aa (-0,77%)
DI - Janeiro 26: 11,63 % aa (-2,76%)
DI - Janeiro 27: 11,66 % aa (-2,87%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 1,8130% / 108.402 pontos
Dow Jones: 0,0886% / 32.833 pontos
Nasdaq: -0,1034% / 12.644 pontos
Nikkei: -0,88% / 28.000 pontos
Hang Seng: -0,21% / 20.003 pontos
ASX 200: 0,13% / 7.030 pontos
ABERTURA
DAX: -0,548% / 13612,66 pontos
CAC 40: -0,111% / 6517,21 pontos
FTSE: 0,060% / 7486,86 pontos
Ibov. Fut.: 2,00% / 109275,00 pontos
S&P Fut.: 0,11% / 4146,25 pontos
Nasdaq Fut.: -0,032% / 13178,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,72% / 118,15 ptos
Petróleo WTI: -0,85% / $89,99
Petróleo Brent: -0,64% / $96,03
Ouro: 0,03% / $1.791,95
Minério de Ferro: -1,76% / $109,70
Soja: 1,33% / $1.641,00
Milho: 2,30% / $622,75
Café: -1,01% / $210,05
Açúcar: 0,00% / $17,96