Os mercados ontem abriram apreensivos sobre o que seria dito na comissão sobre preços de combustíveis, após o emblemático tweet do presidente da Câmara, o que acabou se convertendo em nada. O sinal veio mesmo de Roberto Campos Neto no evento do BTG (SA:BPAC11), aliás uma série de sinais, entre eles de que o repasse da Petrobrás é muito mais rápido no Brasil do que em outros lugares do mundo, para justificar a pressão de preços recentes de combustíveis.
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Aliás, ao citar a política monetária, RCN trouxe um ‘banho de água fria’ na turma do overshooting, ao explicar que o Copom não pode simplesmente reagir a qualquer indicador mais forte que sair. Esta turma foi a mesma que exigiu, tanto nas análises quanto na pressão da curva de juros, cortes consecutivos e pesados nos juros nominais, os quais levaram a Selic aos 2% ao ano, afastou o Brasil da atratividade dos recursos internacionais ao se distanciar de seus pares em termos de juros, transformou o Real na pior moeda entre os emergentes.
Volatilidade cambial, achatamento de margem, represamento de preços, tudo isso se converteu em inflação em 2021, na conjunção das aberturas econômicas e o choque de oferta que não se resolveu no ano passado e acabou por piorar ainda mais este ano.
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Agora, a demanda por overshooting de juros (subir a taxa de maneira acelerada) tem aderência de uma parte do mercado, dada a inflação vigente, a mesma que não é literalmente resolvida com aperto monetário, ou seja, atinge uma parcela importante da economia real que ainda está em processo de recuperação.
Em resumo, contratado voo de galinha no PIB.
O que RCN fez ontem foi, diferente do histórico recente, não mais correr atrás da curva do mercado e esperamos assim que continue a operar a política monetária sob a óptica mais técnica e menos ‘mercadológica’.
Parte do mercado não gostou.
Paciência, nem tudo deve seguir ao mercado e seus desígnios.
Foco hoje à produção industrial nos EUA, IBC-Br de julho no Brasil e atividade econômica mais fraca na China.
Abertura de mercados
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em alta, após as perdas na sessão anterior.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, após dados de atividade econômica na China abaixo das expectativas.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceção ao cobre.
O petróleo abre em alta em Londres e Nova York, com temores de mais uma tempestade nos EUA e aumento da demanda.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -3,13%.
Cãmbio
Dólar à vista : R$ 5,2402 / 0,47 %
Euro / Dólar : US$ 1,18 / 0,203%
Dólar / Iene : ¥ 109,31 / -0,346%
Libra / Dólar : US$ 1,38 / 0,130%
Dólar Futuro (1 m) : 5261,30 / 0,29 %
Juros futuros (DI)
DI - Julho 22: 8,39 % aa (-3,01%)
DI - Janeiro 23: 8,86 % aa (-3,17%)
DI - Janeiro 25: 10,04 % aa (-0,89%)
DI - Janeiro 27: 10,47 % aa (-0,19%)
Bolsas de valores
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,1917% / 116.181 pontos
Dow Jones: -0,8376% / 34.578 pontos
Nasdaq: -0,4490% / 15.038 pontos
Nikkei: -0,52% / 30.512 pontos
Hang Seng: -1,84% / 25.033 pontos
ASX 200: -0,27% / 7.417 pontos
ABERTURA
DAX: 0,005% / 15723,79 pontos
CAC 40: -0,265% / 6635,32 pontos
FTSE 100: 0,146% / 7044,34 pontos
Ibovespa Futuros: -0,31% / 116505,00 pontos
S&P 500 Futuros -0,544% / 4444,60 pontos
Nasdaq 100 Futuros: 0,309% / 15435,50 pontos
Commodities
Índice Bloomberg: 1,22% / 99,06 ptos
Petróleo WTI: 1,33% / $71,49
Petróleo Brent: 1,14% / $74,62
Ouro: -0,18% / $1.802,38
Minério de Ferro: -2,17% / $128,11
Soja: 0,70% / $1.292,25
Milho: 1,01% / $526,00
Café: -0,73% / $183,00
Açúcar: 1,32% / $19,24