Após O BC trazer uma projeção de inflação baseada na perspectiva de um preço médio do barril do petróleo e programar mais uma elevação de juros da mesma dimensão da atual, em partes na contramão do cenário base e sim de um cenário alternativo, a resposta do mercado ontem foi do fechamento da curva de juros.
Além disso, a perspectiva de menor oferta de petróleo indicada pela IEA disparou o preco do barril do petróleo no mercado internacional e o fixou, ao menos no curto prazo, acima dos US$ 100, trazendo mais uma dúvida ao cenário proposto.
O dia se completou com dólar global em desvalorização, dando força ao Real e alta nas bolsas de valores, à revelia do contexto bélico ainda não resolvido entre Ucrânia e Rússia, com o mercado respondendo positivamente ao posicionamento de um aperto muito semântico de juros por parte do FOMC, em meio ao cenário de inflação disparada.
Tudo isso para demonstrar que os fundamentos não têm mais o potencial que apresentavam no passado, em meio aos desafios do atual cenário, repleto de variáveis relevantes e percepções muitas vezes distorcidas da realidade, em especial por parte das autoridades monetárias no mundo.
Localmente, a notada incapacidade do Banco Central lidar com a elevação de preços de maneira eficiente, até por que, uma parcela desta pressão não responde à política monetária poderia suscitar num posicionamento mais cauteloso e preciso do BC, pois afinal, o que deveria, e poderia ser feito neste sentido já foi.
Todavia, a autoridade monetária insiste numa fórmula com efeitos limitados em termos da contenção de preços, porém eficientes na contenção da atividade econômica, prestes a se inserir numa difícil zona recessiva, em meio às restrições impostas pelos juros.
Nos EUA e em algumas economias centrais, o viés é o oposto, ou seja, falta equilíbrio da maioria das autoridades neste momento.
O FOMC parece não ver uma inflação de 8% aa ao varejo e 10% aa ao atacado que atinge a economia americana, porém sabe que um dos principais artífices desta pressão vem do mercado de trabalho e ainda assim, se recusa a endereçar diretamente o problema.
O que parece, no caso americano e em diversos locais na Europa é que os banqueiros centrais esperam que em algum momento, esta inflação ceda por algum motivo que não sejam pela elevação de juros e que daí, ‘confirme’ o viés que os mesmos têm alimentado por todos estes anos, “só que não”
Atenção hoje ao desemprego medido pela PNAD no Brasil e nos EUA, imoveis pré-existente e indicadores antecedentes.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, na expectativa pelas conversações entre Rússia e Ucrânia.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, seguindo os fechamentos em NY.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálica, altas, exceção ao ouro e prata.
O petróleo abre em alta em Londres e Nova York, com temores de menor oferta, após aviso da Agência Internacional de Energia (AIE).
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 3,27%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,0396 / -0,73 %
Euro / Dólar : US$ 1,10 / -0,370%
Dólar / Yen : ¥ 119,00 / 0,346%
Libra / Dólar : US$ 1,31 / -0,046%
Dólar Fut. (1 m) : 5057,98 / -1,37 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 23: 12,93 % aa (-1,49%)
DI - Janeiro 24: 12,76 % aa (-1,92%)
DI - Janeiro 26: 12,11 % aa (-1,14%)
DI - Janeiro 27: 12,15 % aa (-0,86%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 1,7675% / 113.076 pontos
Dow Jones: 1,2261% / 34.481 pontos
Nasdaq: 1,3265% / 13.615 pontos
Nikkei: 0,65% / 26.827 pontos
Hang Seng: -0,41% / 21.412 pontos
ASX 200: 0,60% / 7.294 pontos
ABERTURA
DAX: -0,947% / 14251,88 pontos
CAC 40: -0,943% / 6550,15 pontos
FTSE: -0,242% / 7367,50 pontos
Ibov. Fut.: 1,64% / 113821,00 pontos
S&P Fut.: -0,66% / 4381,25 pontos
Nasdaq Fut.: -0,648% / 14019,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,03% / 124,31 ptos
Petróleo WTI: 1,34% / $104,36
Petróleo Brent: 1,27% / $107,99
Ouro: -0,45% / $1.934,06
Minério de Ferro: 1,97% / $149,65
Soja: 0,66% / $1.679,50
Milho: -0,20% / $753,00
Café: -0,59% / $217,30
Açúcar: 0,11% / $18,71