A escalada das tensões na fronteira russo-ucraniana, ainda que nada exatamente de concreto tenha ocorrido, é somente uma “guerra” de narrativas cada vez mais crescente e que influenciou fortemente a volatilidade dos ativos, não poupando o Brasil.
Apesar de conseguir passar incólume em parte significativa dos dias, dado o intenso fluxo de capital estrangeiro, o mercado brasileiro teve dificuldade em não acompanhar a pior sessão das bolsas de valores globais neste ano.
O que se viu de aparentemente concreto e que assustou os investidores foram enfrentamentos dentro do território ucraniano, atribuído a grupos de rebeldes locais, simpáticos à Rússia, mas nada concreto em relação a Putin.
É tênue a linha que separa a estabilidade global e possíveis impactos adicionais na cadeia de suprimentos, ainda em um lento processo de recuperação, desde os problemas no ano passado e a política de COVID zero do governo chinês.
Portanto, o processo global de recuperação da pandemia não se concretizou e pode se reverter em partes, caso as tensões geopolíticas escalem na velocidade que aparentemente está ocorrendo.
Para piorar, se Putin triunfar em um conflito contra a Ucrânia, abre espaço para que a China se sinta novamente confortável para ‘retomar’ Taiwan, complicando ainda mais o tabuleiro geopolítico global.
A semana de agenda local limitada, mas de eventos com força em nível global, em especial pelos dados divulgados no início da semana como o PPI e ata do FOMC, abre espaço para que a geopolítica seja em partes ‘relativizada’, como distração.
Deste modo, a próxima semana conta com uma pesada agenda local e internacional, com dados macroeconômicos de atividade econômica, fiscal, inflações tanto aqui, quanto no exterior, o que reduz o impacto de “não eventos” como o ocorrido ontem.
Ou seja, com o foco dos investidores na economia, a tensão geopolítica tende a escalar mais com eventos reais do que meramente guerra de narrativas, como fortemente tem ocorrido entre Moscou e Washington.
Atenção hoje às vendas de imóveis e indicadores antecedentes nos EUA.
Abertura de mercados
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, com o alívio das tensões russo-ucranianas.
Em Ásia-Pacífico, mercados mistos, após a pior sessão do mercado em NY do ano de 2022.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceção ao cobre.
O petróleo abre em queda em Londres e Nova York, com o avanço de negociações do programa nuclear iraniano,
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -5,80%.
Câmbio
Dólar à vista : R$ 5,1696 / 0,79 %
Euro / Dólar : US$ 1,14 / 0,088%
Dólar / Iene : ¥ 115,17 / 0,183%
Libra / Dólar : US$ 1,36 / 0,073%
Dólar Fut. (1 m) : 5181,68 / 0,48 %
Juros futuros (DI)
DI - Janeiro 23: 12,41 % aa (0,16%)
DI - Janeiro 24: 12,02 % aa (0,50%)
DI - Janeiro 26: 11,32 % aa (1,03%)
DI - Janeiro 27: 11,33 % aa (0,98%)
Bolsas de valores
FECHAMENTO
Ibovespa: -1,4346% / 113.529 pontos
Dow Jones: -1,7812% / 34.312 pontos
Nasdaq: -2,8842% / 13.717 pontos
Nikkei: -0,41% / 27.122 pontos
Hang Seng: -1,88% / 24.328 pontos
ASX 200: -1,02% / 7.222 pontos
ABERTURA
DAX: -0,076% / 15256,01 pontos
CAC 40: 0,376% / 6972,91 pontos
FTSE: 0,195% / 7552,10 pontos
Ibovespa Futuros: -1,44% / 115015,00 pontos
S&P 500 Futuros: 0,53% / 4397,75 pontos
Nasdaq 100 Futuros.: 0,740% / 14267,00 pontos
Commodities
Índice Bloomberg: -0,65% / 110,81 ptos
Petróleo WTI: -2,64% / $89,34
Petróleo Brent: -2,25% / $90,88
Ouro: -0,21% / $1.889,60
Minério de Ferro: -0,79% / $143,88
Soja: 0,57% / $1.600,75
Milho: -0,12% / $648,75
Café: -0,66% / $247,85
Açúcar: 0,27% / $18,34