Certamente, a maior surpresa ontem do IPCA-15 não foi o resultado acima da mediana do mercado, afinal, a deflação registrada para o mês foi a maior da série histórica, portanto, nem de longe desprezível.
O que surpreendeu e fugiu das coletas médias foi a resiliência do item alimentação, o qual, ainda que em desinflação, continua mais elevado do que a mediana dos analistas apontava, apesar da contração de commodities e safras positivas.
O que preocupava até mais recentemente, a alimentação fora do lar, impulsionada pela melhora de margem de restaurantes com o aumento do número de pessoas retornando de home office mostrou real descompressão.
A surpresa veio na alta de 1,24% em alimentação no lar, o qual se mostrava mais controlado em medidas anteriores, em meio à melhora de uma série de preços no atacado e redução dos preços internacionais de commodities.
Mesmo assim, as alterações nas projeções do IPCA fechado foram marginais e consideram tão somente a mudança no resultado observado como referência, a ser referendado pela coleta que ocorrerá nos próximos 3 dias.
Se considerarmos somente as coletas atuais, o resultado se aproxima ainda dos -0,60%, mesmo com a descompressão de alimentos mais lenta do que se previamente projetava, contando ainda com os descontos de transportes em habitação, a redução do custo de energia elétrica e gás de cozinha contribuíram para compensar os aumentos de aluguéis, condicionados pelo IGP-M.
De qualquer maneira, nada se altera no cenário de curto prazo, ou seja, o Bacen possui os elementos necessários a preservar a taxa de juros por um período suficientemente longo e ao mesmo tempo, reverte as pressões, injustificadas na nossa opinião, por cortes já em maio.
Como citamos aqui anteriormente, maio é quando a última alta de juros finalmente afeta a economia e finalmente, a taxa estará suficientemente em zona contracionista, portanto, só então o COPOM deve começar a avaliar a reversão do aperto, o que pode durar uma ou duas reuniões, ou seja, segundo semestre.
Chamam a atenção hoje o PIB alemão, acima das expectativas em todos os itens, assim como o índice IFO de confiança e nos EUA, a segunda revisão do PIB, com especial atenção ao PCE hoje e amanhã, nos dados mensais.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em alta, na expectativa pelos comentários em Jackson Hole.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, após a recuperação em NY animar aos mercados e com o simpósio nos EUA.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, destaque à prata e ao cobre.
O petróleo sobe em Londres e em Nova York, à medida que os temores de um corte de produção iminente da OPEP+ diminuem.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 0,48%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,1107 / 0,09 %
Euro / Dólar : US$ 1,00 / 0,341%
Dólar / Yen : ¥ 136,55 / -0,518%
Libra / Dólar : US$ 1,18 / 0,373%
Dólar Fut. (1 m) : 5124,00 / 0,16 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Junho 23: 13,74 % aa (-0,05%)
DI - Janeiro 24: 13,12 % aa (0,27%)
DI - Janeiro 26: 11,71 % aa (0,64%)
DI - Janeiro 27: 11,68 % aa (0,65%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,0361% / 112.898 pontos
Dow Jones: 0,1812% / 32.969 pontos
Nasdaq: 0,4057% / 12.432 pontos
Nikkei: 0,58% / 28.479 pontos
Hang Seng: 3,63% / 19.968 pontos
ASX 200: 0,71% / 7.048 pontos
ABERTURA
DAX: 0,005% / 13220,66 pontos
CAC 40: -0,172% / 6375,76 pontos
FTSE: 0,097% / 7478,78 pontos
Ibov. Fut.: 0,04% / 114719,00 pontos
S&P Fut.: 0,48% / 4162,75 pontos
Nasdaq Fut.: 0,588% / 13005,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,35% / 125,19 ptos
Petróleo WTI: 0,17% / $95,05
Petróleo Brent: 0,41% / $101,64
Ouro: 0,75% / $1.763,03
Minério de Ferro: -0,33% / $103,35
Soja: 0,21% / $1.560,00
Milho: 0,45% / $669,75
Café: -0,37% / $242,05
Açúcar: 0,28% / $18,07