A semana que passou foi importante e agitada, marcada por uma série importante de dados do mercado de trabalho da economia brasileira e americana acima das expectativas, inflações com força em nível global e indefinições sobre guerra, energia e lockdowns.
Em resumo, terminamos um trimestre e iniciamos outros com os desafios impostos por eventos de baixa previsibilidade e seus efeitos nas políticas monetárias mundo afora, exigindo posturas muitas vezes contrárias às perspectivas ideológicas e acadêmicas de parte dos formulares, como no caso dos EUA e Europa.
Daí a importância da leitura da ata da última reunião do FOMC e a perspectiva do Fed quanto ao futuro da inflação, mercado de trabalho, atividade econômica e acima de tudo, do rumo do aperto monetário, já deflagrado e da redução do balanço, este ainda na contramão, ou seja, crescendo.
Ao analisarmos cálculos como a regra de Taylor, o Brasil está há algum tempo em confluência com a norma e dá sinais de avanço mais forte na zona contracionista de juros, daí o sinal mais pesado emitido por parte do Bacen, na expectativa de permanecer à frente da curva de juros.
No caso americano, o Fed está tão atrasado, tão atrás da curva, que cada índice de inflação acima das expectativas, cada dado do mercado de trabalho robusto, cada sinal de não resolução da crise de oferta faz com que a necessidade de uma ação com proporcional peso cresça.
Ou seja, quanto mais o Fed demora, mais alto se exige que os juros estejam.
Localmente, as atenções continuam igualmente focadas na inflação, com a divulgação do IPCA no final da semana, onde as pressões de alimentos e transportes continua a pesar no índice, em meio à questão energética e bélica em andamento.
No caso dos combustíveis, a recente valorização do Real frente ao dólar e a queda do petróleo flertando o rompimento dos US$ 100 o barril tanto em Londres quanto em Nova York já deixam a defasagem com a exterior praticamente zerada para gasolina e negativa para o diesel.
Isso em breve pode suscitar revisões nos preços dos combustíveis na refinaria e um impacto deflacionário importante, que unido com a possível mudança de bandeira tarifária no próximo mês, deve marcar o mês como o pico da inflação, à frente do que projeta o Bacen.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, apesar dos sinais renovados de sanções contra a Rússia.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, puxados por techs chinesas.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, destaque ao paládio e minério de ferro.
O petróleo abre sem rumo em Londres e Nova York, com a possível trégua no Yemen em negociação.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 3,11%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 4,6591 / -1,73 %
Euro / Dólar : US$ 1,10 / -0,308%
Dólar / Yen : ¥ 122,67 / 0,049%
Libra / Dólar : US$ 1,31 / 0,023%
Dólar Fut. (1 m) : 4700,19 / -1,89 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 23: 12,62 % aa (-1,17%)
DI - Janeiro 24: 11,84 % aa (-1,78%)
DI - Janeiro 26: 10,99 % aa (-2,35%)
DI - Janeiro 27: 10,98 % aa (-2,14%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 1,3091% / 121.570 pontos
Dow Jones: 0,4035% / 34.818 pontos
Nasdaq: 0,2882% / 14.262 pontos
Nikkei: 0,25% / 27.736 pontos
Hang Seng: 2,10% / 22.502 pontos
ASX 200: 0,27% / 7.514 pontos
ABERTURA
DAX: 0,062% / 14455,40 pontos
CAC 40: 0,345% / 6707,37 pontos
FTSE: 0,228% / 7555,10 pontos
Ibov. Fut.: 1,30% / 121946,00 pontos
S&P Fut.: 0,17% / 4546,75 pontos
Nasdaq Fut.: 0,362% / 14925,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,56% / 124,57 ptos
Petróleo WTI: 0,17% / $99,44
Petróleo Brent: -0,29% / $104,09
Ouro: 0,03% / $1.926,82
Minério de Ferro: 1,26% / $159,85
Soja: 0,46% / $1.589,50
Milho: 1,19% / $743,25
Café: -0,44% / $226,75
Açúcar: 0,46% / $19,48