Super-Quarta, onde hoje se definem as decisões de juros no Brasil e nos EUA, onde para ambos, há 45 dias o cenário era bem menos nebuloso e a tendência da inflação era melhor definida do que neste momento.
É enorme a dosagem de cautela necessária para se tomar uma decisão desta dimensão para todos os Bancos Centrais que se reúnem nesta semana e os dois que se reúnem hoje tem seus desafios mais do que relatados aqui.
A inflação é unanime em nível global e como observado no PPI dos EUA ontem, apesar do alívio do núcleo, atingir 10% ao ano significa estar na maior inflação já vista pela série atual e uma das maiores da história americana.
Seria o equivalente a observarmos por aqui uma inflação do período anterior ao Real e apesar das pressões recentes de preços, nem de longe estamos prestes a repetir tal feito.
A guerra e seu impacto inflacionário atinge os pontos nevrálgicos do atual contexto, energia e alimentos e para piorar a situação, o aumento dos lockdowns na China voltam a impactar ao atacado, elevando ainda mais o contexto de incertezas.
A cidade de Dongguan, na província de Guangdong ordenou que funcionários das empresas trabalhassem em casa e bloquearam as áreas residenciais, permitindo apenas as atividades necessárias, como comprar mantimentos e fazer testes de vírus, o que para muitos, já soa totalmente exagerado por parte do governo chinês.
A política de COVID zero tem baixa eficácia frente à variante menos letal, porém altamente contagiosa como a Omicron e alguns analistas já põem em dúvida se o que o governo chinês quer na realidade é um impacto no preço das commodities e não necessariamente o controle da doença.
Incluindo as negociações em um estágio totalmente estranho com o Irã e a dessatisfação da Arábia Saudita com a aproximação dos EUA adicionam mais volatilidade nos ativos e transforma as decisões de juros nesta semana em algo particularmente complexo, mas que pode serem tomadas de maneira atabalhoada.
Adicione ao cenário, países produtores de petróleo adotando o Yuan como moeda (bastante limitado, por enquanto), China podendo ajudar a economia russa, a qual se aproxima de um default e falta de perspectiva na Ucrânia, está feito o caldeirão do qual os Banco Centrais deverão cozinhar suas decisões.
Nada Fácil!
Abertura de mercados
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, com o sinal quase definitivo de que a Ucrânia não entrará na OTAN.
Em Ásia-Pacífico, mercados puxados pelas bolsas chinesas e ações tech.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálica, altas, exceção ao ouro e prata.
O petróleo abre em queda em Londres e Nova York, com temores de menor demanda chinesa, dados os novos lockdowns.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -4,76%.
Câmbio
Dólar à vista : R$ 5,1637 / 0,85 %
Euro / Dólar : US$ 1,10 / 0,237%
Dólar / Iene : ¥ 118,32 / 0,000%
Libra / Dólar : US$ 1,31 / 0,169%
Dólar Fut. (1 m) : 5185,13 / 0,48 %
Juros futuros (DI)
DI - Janeiro 23: 13,12 % aa (-0,15%)
DI - Janeiro 24: 12,93 % aa (-2,12%)
DI - Janeiro 26: 12,26 % aa (-1,92%)
DI - Janeiro 27: 12,25 % aa (-2,00%)
Bolsas de valores
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,8809% / 108.959 pontos
Dow Jones: 1,8185% / 33.544 pontos
Nasdaq: 2,9202% / 12.949 pontos
Nikkei: 1,64% / 25.762 pontos
Hang Seng: 9,08% / 20.088 pontos
ASX 200: 1,10% / 7.175 pontos
ABERTURA
DAX: 2,881% / 14318,45 pontos
CAC 40: 3,034% / 6547,80 pontos
FTSE: 1,021% / 7249,04 pontos
Ibovespa Futuros.: -1,08% / 109627,00 pontos
S&P 500 Futuros.: 1,34% / 4319 pontos
Nasdaq 100 Futuros: 1,740% / 13711,50 pontos
Commodities
Índice Bloomberg: -0,28% / 121,55 ptos
Petróleo WTI: -0,65% / $95,81
Petróleo Brent: 0,92% / $100,83
Ouro: 0,28% / $1.919,58
Minério de Ferro: 4,06% / $144,77
Soja: 0,75% / $1.667,75
Milho: -1,29% / $747,75
Café: -3,35% / $212,30
Açúcar: 0,16% / $18,69