Ao mercado ontem, o Fed não decepcionou, mesmo anunciando o início do tapering, a redução da compra e recompra de títulos no mercado secundário, um prenuncio da normalização de juros.
As compras atuais são de US$ 80 bilhões em títulos do Tesouro e R$ 40 bilhões em títulos lastrados em hipotecas, totalizando US$ 120 bilhões mensais e foram reduzidas em US$ 10 bilhões e US$ 5 bilhões, agora em novembro, com incremento do dobro deste valor em dezembro.
Os temores de muitos investidores era de que estes valores fossem muito maiores de redução e que o Fed já daria largada à normalização de juros durante algum momento do primeiro semestre, o que foi constante e largamente rechaçado pelo chairman Powell durante a tradicionais entrevista pós-decisão.
Além disso, Powell se esforçou ao máximo também em um malabarismo retorico para tentar explicar a conceituação de ‘temporário’, citando agora que não é aquilo que dura poucos meses, mas sim aquilo que tradicionalmente não faz parte do escopo das expectativas, como o choque global de oferta.
Outro malabarismo retórico foi a tentativa de explicar a visão do Fed de que o mercado de trabalho está deprimido e ainda necessita de estímulos, ao mesmo tempo em que disparam os salários, a procura por mão de obra e todos os estados sofrem com falta de pessoal.
Por fim, o sinal agradou aos investidores no geral, pois dá a sobrevida tão desejada pelos investidores do fluxo de liquidez dos ativos e conforme previmos, seria feito a conta-gotas.
Localmente, as atenções se voltam à votação da PEC dos precatórios correndo ontem na câmara, com apoio inclusive de alguns partidos da oposição, o que não necessariamente é um bom sinal para as contas públicas, por diversas razões.
Foram 312 votos a favor, 4 além do mínimo necessário, com apoio de PSB e PDT e agora a matéria ainda vai ao 2º turno e então, para apreciação do senado, onde a clara oposição do presidente da casa, Rodrigo Pacheco pode atrasar o processo, assim como tem ocorrido com uma série grande de pautas, afinal, também é candidato à presidência da república e pessoalmente, pouco lhe interessa avanços de pautas do governo, por menos republicano que isso seja.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, conforme os investidores digerem a decisão do Fed e mais balanços corporativos.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, após sinalização mais dovish do Fed quanto à redução da compra de ativos.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, exceção ao minério de ferro.
O petróleo abre em alta em Londres e Nova York, apesar das conversas nucleares com o Irã, que podem suscitar no retorno do fornecimento em breve.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -0,07%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,5537 / -2,31 %
Euro / Dólar : US$ 1,15 / -0,551%
Dólar / Yen : ¥ 114,00 / 0,053%
Libra / Dólar : US$ 1,36 / -0,453%
Dólar Fut. (1 m) : 5614,96 / -1,50 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 11,18 % aa (-0,27%)
DI - Janeiro 23: 12,09 % aa (-1,55%)
DI - Janeiro 25: 12,03 % aa (-3,68%)
DI - Janeiro 27: 12,04 % aa (-3,91%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,0625% / 105.617 pontos
Dow Jones: 0,2911% / 36.158 pontos
Nasdaq: 1,0351% / 15.812 pontos
Nikkei: 0,93% / 29.794 pontos
Hang Seng: 0,80% / 25.225 pontos
ASX 200: 0,48% / 7.428 pontos
ABERTURA
DAX: 0,404% / 16024,47 pontos
CAC 40: 0,371% / 6976,44 pontos
FTSE: 0,243% / 7266,51 pontos
Ibov. Fut.: 0,22% / 106612,00 pontos
S&P Fut.: 0,09% / 4656,25 pontos
Nasdaq Fut.: 0,353% / 16195,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,56% / 103,71 ptos
Petróleo WTI: 0,78% / $81,75
Petróleo Brent: 1,12% / $83,18
Ouro: 0,40% / $1.776,63
Minério de Ferro: -2,93% / $99,35
Soja: -0,22% / $1.229,00
Milho: 0,31% / $565,75
Café: -0,17% / $209,65
Açúcar: 0,36% / $19,57