Quando de repente, o mundo pode ter finalmente entendido que NÃO, a política frouxa de juros do Fed não é boa para a economia americana e global e pode cobrar um preço ainda mais elevado logo à frente, com a necessidade de altas de juros mais intensas do que as, por enquanto, programadas.
O cenário de leniência com a inflação cobra um preço elevado nas economias centrais há muito tempo e a postura do Fed atual acaba por coadunar com a postura do BCE, dando a percepção de que a maior economia e o maior bloco econômico do mundo não querem combater a escalada de preços.
Em meio aos diversos discursos, a impressão que se passa é que, devido ao caráter imponderável dos eventos que alimentam parte significativa da inflação, China e Ucrânia, os formuladores de política monetária preferem aguardar que ambos se resolvam, para que então haja um movimento desinflacionário intenso.
Acreditamos nesta característica, pois os mínimos sinais de paz na Ucrânia ou de resolução do choque de ofertas na China teve um forte caráter de descompressão dos preços que se alastrou quase que imediatamente.
O problema ainda é a imponderabilidade de ambos, ou seja, o nível de previsibilidade da resolução de tais eventos é zero e no estágio atual, parece que devem durar por bastante tempo.
Outro ponto importante é que somente uma parte da inflação se resolve após a passagem destes eventos, a parcela mais significativa, que vem do excesso de gastos dos EUA e do bloco europeu rapidamente se impõe no cenário, assim que o efeito deinflacionário dos eventos acima ocorrer.
Ou seja, pode ser de curta duração o alívio e a própria secretária do Tesouro, Janet Yellen comentou ontem que “a alta inflação de 40 anos de hoje foi uma consequência não intencional da tentativa do governo Biden de evitar uma forte desaceleração econômica e facilitar o pleno emprego”.
Pronto, alguém admitiu.
Com esta política, observamos ontem o custo de mão de obra disparar no primeiro trimestre nos EUA, afundando a produtividade, o que vai além da mera questão de oferta que foi usada para explicar a queda do PIB americano no período.
Neste contexto, as atenções ao Payroll de hoje continuam focadas no custo mensal e anual de mão de obra e como isso se reflete na perspectiva de continuidade da inflação americana, pois por enquanto, é um processo de retroalimentação.
Atenção hoje também ao IGP-DI abaixo das expectativas do mercado.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, após a forte correção dos mercados ontem e dados de produção industrial fracos na Alemanha.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos com ocidente, exceção ao Nikkei retornando.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, fortes quedas, exceção ao ouro.
O petróleo abre em alta em Londres e Nova York, mesmo após o anúncio da OPEP+ de aumento para 432 mil barris em julho.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 4,94%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,0271 / 2,18 %
Euro / Dólar : US$ 1,06 / 0,379%
Dólar / Yen : ¥ 130,42 / 0,169%
Libra / Dólar : US$ 1,23 / -0,089%
Dólar Fut. (1 m) : 5065,55 / 2,19 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 23: 13,24 % aa (0,88%)
DI - Janeiro 24: 12,89 % aa (2,38%)
DI - Janeiro 26: 12,18 % aa (2,40%)
DI - Janeiro 27: 12,19 % aa (2,39%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -2,8055% / 105.304 pontos
Dow Jones: -3,1211% / 32.998 pontos
Nasdaq: -4,9917% / 12.318 pontos
Nikkei: 0,69% / 27.004 pontos
Hang Seng: -3,81% / 20.002 pontos
ASX 200: -2,16% / 7.206 pontos
ABERTURA
DAX: -1,021% / 13760,53 pontos
CAC 40: -1,144% / 6295,55 pontos
FTSE: -0,795% / 7443,64 pontos
Ibov. Fut.: -2,76% / 106602,00 pontos
S&P Fut.: -0,27% / 4132,25 pontos
Nasdaq Fut.: -0,418% / 12808,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,32% / 132,83 ptos
Petróleo WTI: 2,25% / $110,70
Petróleo Brent: 2,21% / $113,35
Ouro: 0,31% / $1.882,50
Minério de Ferro: -4,90% / $138,10
Soja: -0,67% / $1.667,25
Milho: -1,09% / $795,00
Café: -1,27% / $218,40
Açúcar: 0,00% / $18,80