Passada a semana da política monetária, as atenções se voltam exatamente ao elemento que pautou a decisão um tanto difusa dos Bancos Centrais na semana passada, ainda que todas apontando na direção da alta de juros.
Localmente, estamos em uma posição de juros bastante adiantada perante o mundo, o que não nos garantiu grandes avanços no combate à inflação, em meio aos impactos voltados globalmente às reduções de oferta, seja de bens intermediários da China, ou da puxada de preços de energia e alimentos.
Neste último caso, a questão ucraniana não se limitou em seu impacto à Europa, com o aumento do petróleo, gás, milho e trigo, e em países dependentes também da Rússia, porém o impacto foi multiplicado pela posição global russa quanto aos fertilizantes, adicionando mais um elemento ao choque de ofertas.
Por aqui, alimentos e transportes continuam na vanguarda inflacionária, porém ambos registraram um breve alívio recente, o qual já tem se refletido em uma série de medidas de preços, juntamente com a queda da bandeira tarifaria de energia elétrica, beneficiando habitação.
Ainda assim, os elementos que sustentam a inflação brasileira não se garantem em queda, pois a instabilidade do câmbio acaba por afetar os preços de combustíveis, influenciando além do índice de transportes, pois também se reflete no índice de habitação devido ao custo do gás de cozinha.
Neste sentido, o instrumento de política monetária somente se torna brevemente efetivo se reverter a economia em recessão e neste sentido, a taxa brasileira se encontra em níveis altamente contracionistas, apesar da resiliência dos indicadores econômico, como os que serão divulgados nesta semana, entre eles vendas ao varejo e volume do setor de serviços.
Já a recessão é algo que claramente o Fed não quer promover e deixou claro isso na sua apresentação após a divulgação da decisão do FOMC, onde Powell, além de descartar altas maiores que 50 bp, diz que o objetivo do comitê é promover um pouso “leve-levíssimo” da economia, ou seja, sem solavancos.
O problema é que, segundo diversos modelos e indicadores econômicos, como a regra de Taylor, o Fed está mais do que atrasado em termos de juros e se mantida tal política, os EUA pode adentrar em uma zona sem retorno de aperto monetário.
Eis o motivo para a reação inicialmente positiva e depois bastante negativa dos investidores, com temores de tal leniência com a inflação.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, com os temores do avanço inflacionário global.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, exceto Shanghai, com dados de comercio chines.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, fortes quedas, destaque ao minério de ferro e cobre.
O petróleo abre em queda em Londres e Nova York com temores renovados de recessão global.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 10,90%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,0802 / 1,06 %
Euro / Dólar : US$ 1,05 / -0,209%
Dólar / Yen : ¥ 131,16 / 0,475%
Libra / Dólar : US$ 1,23 / -0,259%
Dólar Fut. (1 m) : 5116,33 / 1,00 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 23: 13,34 % aa (2,30%)
DI - Janeiro 24: 13,06 % aa (1,32%)
DI - Janeiro 26: 12,40 % aa (1,81%)
DI - Janeiro 27: 12,39 % aa (1,64%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,1609% / 105.135 pontos
Dow Jones: -0,2988% / 32.899 pontos
Nasdaq: -1,4047% / 12.145 pontos
Nikkei: -2,53% / 26.319 pontos
Hang Seng: -3,81% / 20.002 pontos
ASX 200: -1,18% / 7.121 pontos
ABERTURA
DAX: -1,250% / 13503,37 pontos
CAC 40: -1,555% / 6161,06 pontos
FTSE: -1,321% / 7290,34 pontos
Ibov. Fut.: -0,32% / 106266,00 pontos
S&P Fut.: -1,66% / 4051,25 pontos
Nasdaq Fut.: -1,926% / 12443,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,86% / 129,22 ptos
Petróleo WTI: -2,21% / $107,34
Petróleo Brent: -1,63% / $110,56
Ouro: -1,03% / $1.858,67
Minério de Ferro: -6,25% / $129,30
Soja: -0,80% / $1.642,25
Milho: -1,29% / $782,00
Café: 0,19% / $212,00
Açúcar: -1,25% / $18,93