A disparada do petróleo, em meio aos temores de recrudescimento das tensões entre parte do mundo e a Rússia e a puxada das commodities ligadas à região de conflito, como trigo ainda são reflexo direto do evento e não constituem, por enquanto, um cenário de hedge de inflação.
Entretanto, o fluxo de capital de economias centrais para países produtores como o Brasil, o qual já era intenso antes da crise parece não ter cessado e tende a se intensificar, mesmo com a perspectiva de volatilidade à frente.
Em um cenário como o atual, a única certeza é a completa incerteza, dadas as características imponderáveis dos eventos, pois até recentemente, acreditava-se que Putin fazia das movimentações militares uma bravata para evitar que a Ucrânia se unisse à OTAN.
Muitos analistas ainda acreditam nisso e veem no movimento russo um erro de cálculo, que vai desde a reação dos ucranianos, o que surpreendeu Putin, pois não aconteceu na Criméia em 2014, até a expectativa que, devido ao arsenal nuclear, o restante do mundo não interferiria no evento, o que aconteceu via financeira.
Também são elementos contra Putin o número de baixas russas; a reação interna contra o evento; o custo elevado da guerra, dilapidando o Tesouro e as reservas; a impopularidade do evento e; a falta de apoio irrestrito da China, a qual vai elevando sua hegemonia na região.
A maneira como o mundo está empurrando a Rússia e possivelmente outros países do dólar como referência global de valor é importante no curto prazo, até para cortar as linhas de financiamento e impactar a economia de dentro para fora.
Porém, é mais um ponto em que reforça a entrada da China como um importante player global e deve reforçar ainda mais seu papel de hegemonia na região e num futuro próximo, de potência global.
Neste ínterim, se elevam as incertezas globais quanto à inflação, sendo meros chutes agora quaisquer previsões, desde as mais pessimistas até as mais otimistas e a leitura de dados do passado, como o IPCA no Brasil e o CPI nos EUA esta semana pouco depõem em favor do trade.
O que resta é realmente aguardar o fim do conflito e literalmente torcer para que seja o mais breve possível, dados cenários que podem ser levantados para o futuro.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, com a escalada das tensões russo-ucranianas.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, com a puxada do petróleo na madrugada.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, destaque ao ouro e à prata.
O petróleo abre em alta em Londres e Nova York, dada a escalada dos eventos na Ucrânia.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 10,60%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,066 / 0,77 %
Euro / Dólar : US$ 1,08 / -0,631%
Dólar / Yen : ¥ 115,06 / 0,209%
Libra / Dólar : US$ 1,32 / -0,529%
Dólar Fut. (1 m) : 5114,85 / 1,00 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 23: 12,98 % aa (2,81%)
DI - Janeiro 24: 12,60 % aa (1,69%)
DI - Janeiro 26: 11,73 % aa (1,60%)
DI - Janeiro 27: 11,71 % aa (1,83%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,6006% / 114.474 pontos
Dow Jones: -0,5322% / 33.615 pontos
Nasdaq: -1,6583% / 13.313 pontos
Nikkei: -2,94% / 25.221 pontos
Hang Seng: -3,87% / 21.058 pontos
ASX 200: -1,02% / 7.039 pontos
ABERTURA
DAX: -3,211% / 12674,12 pontos
CAC 40: -2,772% / 5893,65 pontos
FTSE: -1,590% / 6876,21 pontos
Ibov. Fut.: -0,70% / 115691,00 pontos
S&P Fut.: -1,40% / 4266,5 pontos
Nasdaq Fut.: -1,734% / 13630,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 3,97% / 132,07 ptos
Petróleo WTI: 5,84% / $122,44
Petróleo Brent: 5,83% / $124,99
Ouro: 1,31% / $1.997,94
Minério de Ferro: 5,59% / $152,28
Soja: 1,79% / $1.706,25
Milho: 2,91% / $778,50
Café: 0,98% / $225,20
Açúcar: 2,22% / $19,71