A sessão de ontem do mercado financeiro foi o exemplo clássico de um cenário volátil, onde os ativos respondem a poucos estímulos e muitas vezes tomam direções que desafiam a lógica do momento em que se inserem.
As bolsas de valores em alta em nível global foram resultado disto, com queda global no dólar e fortalecimento de alguns mercados emergentes, com o Brasil podendo se tornar um importante beneficiário deste cenário.
Além do peso de 23,6% em matérias primas, 16,1% em energia, nosso mercado acionário se desenha como um importante hedge do que se mostra como mais certo no curto prazo em todo este evento, a inflação.
Este contexto, aliado à taxa de juros nominal e real em posição privilegiada no mundo, um Real ainda desvalorizado frente ao dólar, pode converter ainda mais o Brasil em um alvo preferencial dos investidores estrangeiros, independente das adversidades políticas locais.
Quanto aos juros, dificilmente os eventos de curto prazo como agora definirão uma explosão de apertos monetários pelo mundo, em especial nos locais que conduzem uma política notadamente frouxa como o bloco europeu e mesmo os EUA, já sinalizaram cautela nos próximos avanços.
O que fica mais certo é que muitos dos apertos monetários que eram constantemente adiados por bancos centrais agora deverão ser cumpridos, o que pode ocorrer na velocidade previamente programada, ou seja, sem atropelos e nosso Banco Central pode mesmo manter o ritmo esperado recentemente.
Tudo isso obviamente vai depender sempre da extensão e conclusão do conflito na Ucrânia e na saída esperada para o mesmo, preservando a expectativa de que a escalada não seja em nível militar global.
Agora voltando ao mercado, a retirada da Rússia com o rebalanceamento do MSCI, a qual representa 1,5% do total do índice pode trazer recursos ao Brasil, o qual detém 4,94%, ou seja, com espaço para crescer.
O Brasil está em quinto lugar, atrás de China (31,81%), Taiwan (16,17%), Índia (12,22%) e Coreia do Sul (12,20%), o que, em meio às características atuais de nosso portfólio, abre espaço para o crescimento, além daquele atualmente advindo do fluxo direto ao país.
O problema, no entanto, continua na inflação, que se torna inevitável a cada dia que se arrasta o conflito, dado o impacto nas commodities.
Nosso benefício é relativo, pois viria do equilíbrio deste possível fluxo de capital valorizando o Real.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, ainda dentro das dificuldades das tensões russo-ucranianas.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, com a continuidade os eventos na Ucrânia.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, destaque ao minério de ferro.
O petróleo abre em alta em Londres e Nova York, dada a escalada dos eventos na Ucrânia.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 1,17%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,1021 / -0,98 %
Euro / Dólar : US$ 1,11 / -0,396%
Dólar / Yen : ¥ 115,74 / 0,208%
Libra / Dólar : US$ 1,34 / -0,239%
Dólar Fut. (1 m) : 5162,01 / -0,90 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 23: 12,62 % aa (1,45%)
DI - Janeiro 24: 12,16 % aa (1,50%)
DI - Janeiro 26: 11,35 % aa (0,67%)
DI - Janeiro 27: 11,41 % aa (0,84%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 1,7957% / 115.174 pontos
Dow Jones: 1,7913% / 33.891 pontos
Nasdaq: 1,6225% / 13.752 pontos
Nikkei: 0,70% / 26.577 pontos
Hang Seng: 0,55% / 22.467 pontos
ASX 200: 0,49% / 7.151 pontos
ABERTURA
DAX: -0,861% / 13879,64 pontos
CAC 40: -0,162% / 6487,47 pontos
FTSE: -0,294% / 7407,69 pontos
Ibov. Fut.: 1,80% / 116352,00 pontos
S&P Fut.: -0,14% / 4375,75 pontos
Nasdaq Fut.: -0,367% / 14188,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 1,76% / 124,25 ptos
Petróleo WTI: 2,30% / $113,14
Petróleo Brent: 2,34% / $115,57
Ouro: -0,09% / $1.930,73
Minério de Ferro: 5,40% / $146,07
Soja: 1,51% / $1.695,75
Milho: 3,69% / $760,00
Café: -2,87% / $230,45
Açúcar: -0,16% / $18,64