O mercado local em 2022 tem se mantido relativamente firme em relação aos movimentos globais mais pesados, porém a dificuldade em manter-se na contramão, especialmente com o retorno da classe política ao cenário se torna uma tarefa difícil.
O governo insiste na PEC dos combustíveis, com anuência de parte significativa do congresso, o que dá sua aprovação quase como certa e para piorar, a versão mais pesada, que ampliaria a redução de impostos para todos os combustíveis.
É mais uma vez governo buscando uma solução de curto prazo, para um problema de longo prazo, como a analogia do band-aid que fizemos ontem, o que se sabe, não vai dar certo.
A ânsia pela reeleição e a falta de avanços mais concretos nas pesquisas para o pleito majoritário fazem da máquina pública, como usual em anos de eleição no Brasil, o principal artífice na tentativa de vitória, ou seja, é o “peso da caneta”.
Porém, o pós-pandêmico, as limitações da lei eleitoral e do próprio teto dos gastos transforma este expediente em algo sensivelmente mais difícil para o governo e infelizmente, independente do vencedor das eleições, tais gatilhos devem ser “revisados” ou simplesmente retirados pelo eventual novo presidente.
Aí se demonstra o peso da classe política na volatilidade dos ativos de mercado financeiro, em especial quando comparamos com o período recente de recesso parlamentar, onde o mercado financeiro andou ao ritmo da demanda externa e pouco afetado pelo externo.
O destaque de hoje é a ata da última reunião do COPOM e como o Banco Central deve esclarecer os próximos passos da política monetária, já dados como mais modestos, em meio às mudanças do cenário inflacionário, apesar das pressões de atacado no curto prazo.
A transferência ao varejo é inevitável, mas pode passar por achatamento das margens de lucros antes, como observado na relação do IPC-DI e IPA-DI ontem, adicionado por um início de ano com a atividade econômica mais lenta, conforme a leitura dos dados da ANFAVEA.
Neste cenário é que se encaixa a perspectiva que o COPOM necessita trabalhar, pois a recente valorização do Real tem impactos de curto prazo na inflação.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, de olho nos dados de inflação nos próximos dias.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, mesmo após fechamento irregular no ocidente, com Hong Kong em queda.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, mercado negativo, com alta no minério de ferro.
O petróleo abre em queda em Londres e Nova York, com as negociações EUA-Irã. O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -0,18%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,2559 / -1,32 %
Euro / Dólar : US$ 1,14 / -0,245%
Dólar / Yen : ¥ 115,06 / -0,200%
Libra / Dólar : US$ 1,35 / -0,059%
Dólar Fut. (1 m) : 5356,89 / 0,50 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 23: 11,98 % aa (-1,24%)
DI - Janeiro 24: 11,47 % aa (1,37%)
DI - Janeiro 26: 11,09 % aa (2,21%)
DI - Janeiro 27: 11,24 % aa (2,51%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,4915% / 112.245 pontos
Dow Jones: -0,0610% / 35.090 pontos
Nasdaq: 1,5793% / 14.098 pontos
Nikkei: -0,70% / 27.249 pontos
Hang Seng: 0,03% / 24.580 pontos
ASX 200: -0,13% / 7.111 pontos
ABERTURA
DAX: -0,003% / 15099,16 pontos
CAC 40: -0,166% / 6939,85 pontos
FTSE: 0,230% / 7533,70 pontos
Ibov. Fut.: 0,32% / 112401,00 pontos
S&P Fut.: -0,22% / 4482,75 pontos
Nasdaq Fut.: -0,289% / 14659,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,23% / 109,33 ptos
Petróleo WTI: -1,13% / $91,27
Petróleo Brent: -0,85% / $92,48
Ouro: 0,19% / $1.811,78
Minério de Ferro: 2,37% / $145,45
Soja: 0,82% / $1.569,00
Milho: 0,89% / $626,00
Café: -0,08% / $240,55
Açúcar: -0,71% / $18,07