O índice cheio arrefeceu, porém o núcleo surpreendeu para cima, sendo este o resumo dos temores do mercado financeiro mundial com a inflação americana, que continua pressionada, porém sem a devida resposta do Fed, que poderá demandar a mesma ação de 40 anos atrás, quando atingiu os mesmos níveis.
Este contexto domina a mente dos investidores e assim continuará com a leitura da inflação ao atacado, o PPI, o qual projeta igualmente arrefecimento de ambos os índices, assim como ocorria no CPI, mas pode novamente surpreender.
Com isso, chamam a atenção os eventos que se descortinam na China, como o avanço de casos de COVID em Beijing e a restrição de viagem de cidadãos chineses ao exterior, colocando novamente peso nos lockdowns e consequentemente, na continuidade do choque de ofertas e por fim, inflação.
Localmente, os sinais de pico de inflação parecem crescer e existe sim um bônus da deflação de habitação que pode perdurar por ao menos mais um mês, entretanto, os itens de maior peso na inflação atual continuam concentrados em transportes e alimentação.
O IPCA de ontem, um dos mais altos da série histórica para o período, sofreu esta descompressão importante, assim como tem sido observado em inflações semanais como IPC-S e Fipe, além do que se observa nos IGPs, com descompressão também no atacado.
Ainda assim, estamos bem longe de cantar vitória na atual situação, afinal, os elementos que ainda concentram a maior parte da inflação como citados acima, não tem resolução em vista e podem se estender por períodos ainda incompreendidos.
Outro ponto importante vem da política monetária, pois apesar da inflação brasileira parecer estar na contramão global, isso não foi resultado do aperto de juros promovido pelo COPOM, afinal a inflação com características de oferta não se combate com contração economia, ou seja, altas de juros.
O papel de tentar ancorar as expectativas de inflação através dos juros já se mostrou falho, mas não detém o comitê de continuar a aplicar a solução até que, de alguma maneira, os preços voltem à pretensa normalidade.
Na agenda hoje, atenção ao volume de serviços de março no Brasil, inflação ao atacado, PPI e pedidos de auxílio desemprego nos EUA.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, na expectativa por dados de inflação.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, puxados por techs.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, destaque ao cobre, platina e prata.
O petróleo abre em queda em Londres e Nova York com temores renovados de recessão global.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 5,47%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,1384 / 0,09 %
Euro / Dólar : US$ 1,04 / -0,818%
Dólar / Yen : ¥ 128,69 / -1,062%
Libra / Dólar : US$ 1,22 / -0,645%
Dólar Fut. (1 m) : 5158,90 / 0,04 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 23: 13,33 % aa (0,30%)
DI - Janeiro 24: 13,05 % aa (1,40%)
DI - Janeiro 26: 12,29 % aa (1,07%)
DI - Janeiro 27: 12,31 % aa (0,98%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 1,2481% / 104.397 pontos
Dow Jones: -1,0156% / 31.834 pontos
Nasdaq: -3,1816% / 11.364 pontos
Nikkei: -1,77% / 25.749 pontos
Hang Seng: -2,24% / 19.380 pontos
ASX 200: -1,75% / 6.941 pontos
ABERTURA
DAX: -2,289% / 13512,17 pontos
CAC 40: -2,534% / 6110,85 pontos
FTSE: -2,375% / 7173,13 pontos
Ibov. Fut.: 1,23% / 105438,00 pontos
S&P Fut.: -0,66% / 3904,25 pontos
Nasdaq Fut.: -1,427% / 11845,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -1,49% / 125,52 ptos
Petróleo WTI: -1,36% / $104,27
Petróleo Brent: -1,44% / $105,96
Ouro: -0,10% / $1.850,22
Minério de Ferro: -4,77% / $125,50
Soja: -0,89% / $1.635,50
Milho: 2,00% / $802,25
Café: 7,89% / $220,10
Açúcar: -1,13% / $18,34