Na direção contrária de Powell, diversos membros do Fed, em especial Kaplan, George e Bullard já são vocais em favor de sinalizar em breve o tapering nos EUA (redução da compra e recompra de ativos) ainda este ano, de forma a reduzir a forte liquidez no sistema e observar de perto a inflação.
Como citamos diversas vezes aqui, este sinal de redução de liquidez, ainda que seja resposta à uma recuperação da atividade econômica e de uma inflação que tem superado dos importantes parâmetros no curto prazo, soa como a retirada da dose diária de um adicto e ainda que não tenha ocorrido, cria ansiedade.
Tal ansiedade não se justifica completamente, até porque, vem em parte de um evento causal positivo, todavia o grande temor é o que a normalização dos juros pode fazer com o apetite pelo prêmio de maior risco.
Eis o ponto, o tapering não significa necessariamente normalização de juros, nem sequer tal evento tem por enquanto sido aviltado pela autoridade monetária, apesar de ser o caminho natural após a redução das injeções constantes de liquidez.
Aos defensores dovish (favoráveis a juros baixos e estímulos), a economia americana ainda carece em emitir sinais mais concretos de recuperação da atividade econômica, em especial no mercado de trabalho e que a inflação ainda não se ancorou no longo prazo na meta do Fed.
Para os hawkish (favoráveis a retirada dos estímulos), a pandemia e os generosos auxílio-desempregos distorcem as estatísticas de emprego como um todo e além disso, a inflação já convive com taxas longas ancoradas nas metas, o que permitiria o processo do ‘início do fim’ da compra de títulos pelo Fed.
Entre todas as discussões e vocalizações sobre os rumos, uma coisa tende a acontecer: Powell hoje pode ser que “frustre” a todos em suas colocações, ao não citar nem contra e nem a favor do tapering e o mesmo, se ocorrer, dadas as resistências ainda em maioria no Fed, ocorrerá em um ritmo bastante cadenciado, de forma a dar tempo da economia e dos mercados se ajustarem.
Localmente, mais um mês de forte criação de postos de trabalho não resolvem os problemas impostos ao país neste momento, como os ruídos políticos, a crise hídrica, o choque global de oferta e a forte inflação no curto prazo.
Os dados devem continuar positivos, porém sem um sinal fiscal conciso, a resposta dos ativos continuara de grande volatilidade.
Atenção hoje ao PCE, confiança do consumidor e localmente, PPI e crédito.
Abertura de mercados
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em alta, na expectativa pelo discurso de Jerome Powell em Jackson Hole.
Em Ásia-Pacífico, mercados mistos, também à espera da fala de Powell.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, destaque à prata e ao cobre.
O petróleo abre alta em Londres e Nova York, com a tempestade tropical se aproximando do Golfo do México.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -5,31%.
Câmbio
Dólar à vista : R$ 5,2572 / 0,81 %
Euro / Dólar : US$ 1,18 / 0,043%
Dólar / Iene : ¥ 110,15 / 0,009%
Libra / Dólar : US$ 1,37 / 0,066%
Dólar Futuro. (1 m) : 5259,54 / 0,88 %
Juros futuros (DI)
DI - Julho 22: 8,03 % aa (1,33%)
DI - Janeiro 23: 8,47 % aa (0,24%)
DI - Janeiro 25: 9,42 % aa (0,11%)
DI - Janeiro 27: 9,80 % aa (0,10%)
Bolsas de valores
Fechamento
Ibovespa: -1,7329% / 118.724 pontos
Dow Jones: -0,5434% / 35.213 pontos
Nasdaq: -0,6386% / 14.946 pontos
Nikkei: -0,36% / 27.641 pontos
Hang Seng: -0,03% / 25.408 pontos
ASX 200: -0,04% / 7.488 pontos
Abertura
DAX: -0,030% / 15789,31 pontos
CAC 40: -0,096% / 6659,62 pontos
FTSE: -0,014% / 7124,02 pontos
Ibovespa Futuros: -1,82% / 119243,00 pontos
S&P 500 Futuros.: -0,588% / 4466,50 pontos
Nasdaq 100 Futuros.: 0,350% / 15328,00 pontos
Commodities
Índice Bloomberg: 0,40% / 95,33 ptos
Petróleo WTI: 1,45% / $68,46
Petróleo Brent: 1,24% / $72,05
Ouro: 0,23% / $1.795,46
Minério de Ferro: 0,12% / $159,63
Soja: -0,31% / $1.365,00
Milho: -0,41% / $551,50
Café: 0,22% / $186,05
Açúcar: 0,41% / $19,78