Por mais uma vez e de maneira incisiva, o Banco Central recorre aos canais não oficiais para reforçar o recado da sua perspectiva em relação aos juros no Brasil e desta vez, em meio às oscilações agora um tanto mais favoráveis de inflação, quer sinalizar o fim do ciclo na próxima reunião.
Bruno Serra deixou pouco para a imaginação nas declarações de ontem e as curvas de juros se adaptam ao novo contexto de juros estáveis, conforme citado pelo secretário, aproveitando um contexto de alívio de pressões no atacado se transferindo ao varejo.
Este “ganho” de curto prazo, na verdade ainda precisa se confirmar, todavia, em meio ao contexto global onde a China pode aliviar a pandemia, dado o desgaste político e econômico de Xi Jinping, o primeiro ponto a descomprimir a inflação que assola conjuntamente o atacado no mundo pode se tornar realidade.
Neste cenário, repetimos, o primeiro momento é fortemente desinflacionário, seguido de um benefício global de perspectivas de aperto menos intensas e banqueiros centrais “frouxos” menos pressionados a elevar tanto os juros, ainda que, sim, continue necessário tal processo.
Eis que entra a importância do discurso de diversos membros do Fed hoje, incluindo Powell e aqueles que antes eram considerados mais dovish, porém, interpelados pela realidade, começam a advogar por elevações de ao menos 50 bp.
O atual contexto é certamente mais favorável às economias emergentes, muitas como o Brasil à frente do processo de aperto monetário e rendendo juros sensivelmente mais atraentes e também favorecidas por um possível impulso à economia chinesa, que será imposto pelo governo de forma a amortizar os efeitos dos lockdowns politicamente incentivados.
Neste contexto, os dados macroeconômicos ganham renovada atenção nas economias centrais e emergentes, onde dados de emprego mais fortes no Reino Unido e o PIB levemente melhor na Zona do Euro dão o tom da sessão, em um dia aparentemente mais positivo para os mercados.
Na agenda, vendas varejo e prod. Industrial nos EUA e localmente, IPC-Fipe e IGP-10 em contração.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, na expectativa por discursos de membros do Fed e dados de atividade econômica.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, puxados por Hong Kong.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, destaque à prata, cobre e platina.
O petróleo abre em alta em Londres e Nova York, na expectativa por um cenário econômico mais positivo.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -2,44%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,0604 / 0,00 %
Euro / Dólar : US$ 1,05 / 0,403%
Dólar / Yen : ¥ 129,29 / 0,132%
Libra / Dólar : US$ 1,25 / 1,039%
Dólar Fut. (1 m) : 5067,40 / -0,19 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 23: 13,39 % aa (-0,07%)
DI - Janeiro 24: 13,07 % aa (-0,98%)
DI - Janeiro 26: 12,26 % aa (-1,01%)
DI - Janeiro 27: 12,20 % aa (-1,09%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 1,2238% / 108.233 pontos
Dow Jones: 0,0831% / 32.223 pontos
Nasdaq: -1,2047% / 11.663 pontos
Nikkei: 0,42% / 26.660 pontos
Hang Seng: 3,27% / 20.603 pontos
ASX 200: 0,27% / 7.113 pontos
ABERTURA
DAX: 1,431% / 14164,14 pontos
CAC 40: 1,296% / 6430,03 pontos
FTSE: 0,909% / 7532,67 pontos
Ibov. Fut.: 1,14% / 109270,00 pontos
S&P Fut.: 1,74% / 4074,25 pontos
Nasdaq Fut.: 2,377% / 12503,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,54% / 131,55 ptos
Petróleo WTI: 0,64% / $114,93
Petróleo Brent: 1,07% / $115,46
Ouro: 0,18% / $1.828,93
Minério de Ferro: -1,49% / $127,95
Soja: -0,30% / $1.653,75
Milho: -1,08% / $801,75
Café: 6,06% / $225,80
Açúcar: -0,36% / $19,69