Foi o COPOM.
Os mercados globais adotaram um tom de realização de lucros na sessão de ontem, sob a desculpa de que haveriam algumas dúvidas quanto ao avanço da nova cepa da COVID-19, ainda que a questão esteja concentrada na transmissibilidade e não fatalidade, onde os números se mostram muito mais ‘animadores’.
Localmente, o sinal fortemente hawkish do Banco Central após a reunião do COPOM (Comitê de Política Monetária), sinalizando uma série extensa de riscos para justificar a contratação de adicionais 150 bp catalisou o movimento de correção dos ativos.
Isso, pois, ao citar quase todos os riscos possíveis do atual cenário, o que vai fazer da próxima ata uma leitura muito interessante, o BC tentou ao máximo se colocar “à frente da curva”, inclusive literalmente, pois a curva de juros precificava uma elevação mais modesta para a próxima reunião.
Para lidar com tais riscos, o BC se impõe um regime pesado contracionista, o que em termos econômicos e das empresas listadas na bolsa de valores, é obviamente muito ruim, dada a perspectiva de crescimento econômico limitado.
Já citamos efusivamente aqui o quão pernicioso pode ser o uso do instrumento de política monetária para lidar com uma inflação que basicamente não responde diretamente a tal instrumento, o equivalente ao uso de aspirina para tratar diarreia.
Ao ter a inflação como meta e um instrumental relativamente limitado para debelar o prêmio de risco que a questão política acaba por impor ao monetário, a busca pela meta inflacionária pode realmente passar por minar o crescimento econômico.
Ainda assim, há sinais de que o pico inflacionário, como demonstrados em especial nos índices ao atacado estão se aproximando de seus picos e há uma forte concentração das pressões de preços ao varejo em transportes, o que poderá ser observado no IPCA de hoje.
No mais, elevar juros em tal contexto e ‘contratar’ novas altas é um contrassenso, dada a natural defasagem entre a decisão de juros e sua efetividade na economia.
Nos EUA, o CPI hoje deve confirmar o cenário americano de pressão de preços, que garante a possível majoração do Tapering na próxima reunião do FOMC.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em alta, na expectativa pelos dados de inflação nos EUA,
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, seguindo a correção dos mercados ocidentais e na espera pelo CPI.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceção cobre.
O petróleo abre em leve alta em Londres e Nova York, fechando a semana com fortes ganhos.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -2,60%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,5802 / 0,91 %
Euro / Dólar : US$ 1,13 / -0,089%
Dólar / Yen : ¥ 113,69 / 0,141%
Libra / Dólar : US$ 1,32 / -0,114%
Dólar Fut. (1 m) : 5614,45 / 0,85 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 11,07 % aa (0,64%)
DI - Janeiro 23: 11,63 % aa (2,24%)
DI - Janeiro 25: 10,69 % aa (0,23%)
DI - Janeiro 27: 10,60 % aa (-0,75%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -1,6692% / 106.291 pontos
Dow Jones: -0,0002% / 35.755 pontos
Nasdaq: -1,7079% / 15.517 pontos
Nikkei: -1,00% / 28.438 pontos
Hang Seng: -1,07% / 23.996 pontos
ASX 200: -0,42% / 7.354 pontos
ABERTURA
DAX: -0,292% / 15593,63 pontos
CAC 40: -0,359% / 6983,05 pontos
FTSE: -0,085% / 7315,04 pontos
Ibov. Fut.: -1,90% / 106283,00 pontos
S&P Fut.: 0,24% / 4678 pontos
Nasdaq Fut.: 0,271% / 16185,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,07% / 96,62 ptos
Petróleo WTI: 0,59% / $71,19
Petróleo Brent: 0,16% / $74,65
Ouro: -0,24% / $1.770,86
Minério de Ferro: 0,05% / $106,49
Soja: -0,12% / $1.265,00
Milho: -0,17% / $587,50
Café: -1,80% / $240,35
Açúcar: -0,36% / $19,65