Diante da alta da inflação e da perspectiva de que o Banco Central elevará ainda mais a Selic – hoje em 5,25% ao ano para 7,50% ou até mais, conforme projeções de instituições financeiras - a renda fixa voltou a chamar atenção dos investidores.
Não que em algum momento tenha sido deixada de lado, mas sem dúvida nenhuma, essa classe de ativos está piscando forte no radar, realmente saltando aos olhos.
O cenário desafiador no país reforça a importância de recalibrar e diversificar a parcela de renda fixa da carteira de investimentos.
Mesmo em renda fixa, vale a máxima: “não coloque todos os ovos na mesma cesta”. Para muita gente, isso não é tão óbvio, porém, a diversificação é um conceito abrangente, vale para todas as categorias de ativos dentro de um portfólio.
Os títulos e fundos de renda fixa são essenciais para você lidar com situações de emergência, proteger o seu patrimônio e manter o poder de compra, principalmente nestes tempos de IPCA bombando.
Por isso é importante planejar e pesquisar as melhores opções, antes de sair fazendo aportes.
Como montar sua carteira
Momentos de estresse no mercado como o atual abrem oportunidades. Nas últimas semanas, as curvas de juros se deslocaram para cima.
Existem títulos públicos e privados que já estão pagando taxas de dois dígitos ao ano.
A diversificação na parcela de renda fixa da carteira envolve a seleção de diferentes títulos, com prazos e retornos variados, de acordo com a necessidade de cada um.
Em alguns casos, o preço varia conforme o cenário e, por isso, há risco também na renda fixa. Esse é um dos motivos pelo qual a diversificação é importante.
Logicamente, quanto maior a janela temporal, maior o risco, então a composição da carteira precisa ser bem avaliada.
Hoje a maior atenção deve ser dada aos ativos atrelados à inflação (taxa + índice) e aos indexados ao CDI (% do CDI ou CDI + taxa).
Estas são opções que protegem ou buscam ganhos reais, dada a conjuntura complexa.
Há preocupações com as contas públicas, pontos polêmicos da reforma tributária, crise hídrica e até questões políticas mediante a proximidade das eleições de 2022.
Também é possível que a inflação prossiga em patamares elevados por um bom tempo. Para você ter uma ideia, o IPCA-15, que é uma prévia da inflação oficial do país, teve alta de 0,89% em agosto, principalmente por causa da escalada do preço da gasolina e da energia elétrica. No ano, o índice acumula alta de +5,81% e, em 12 meses, de +9,30%.
Quanto aos ativos prefixados, como o horizonte está nublado e indefinido, é preciso ter cautela. Nessa modalidade, fica travada uma taxa e é muito difícil de projetar o que acontecerá com a Selic e a inflação nos próximos anos.
No entanto, pode ser válido fazer uma pequena aposta em título prefixado e, se der certo, pode ser um tempero, a “pimentinha” do portfólio.
Um abraço!