A forte entrada de recursos de investidores estrangeiros foi o fator mais relevante para o mercado de ações em novembro. O volume de recursos atingiu R$ 33 bi reduzindo o déficit acumulado no ano para R$ 51 bi. A volta dos “gringos” foi um movimento global de fluxo para os emergentes. O objetivo desse movimento é ficar posicionado para se beneficiar da recuperação econômica esperada no pós-pandemia.
Outro fenômeno que se intensificou muito nesse mês de novembro foi o que o mercado chamou de “Portfolio Rotation” (Rotação de Carteiras), que significou a migração de recursos de ações que vinham apresentando desempenho muito superior (Tech e E-commerce) para aquelas que estavam com preços baixos (Bancos e Commodities principalmente).
Esses dois movimentos permitiram que o Ibovespa subisse + 15,90% no mês.
Como eu vejo o cenário nos próximos meses
A inércia política, a falta de avanço na agenda econômica, a ameaça inflacionária, a segunda onda do Covid, são temas que tenho visto com recorrência por aí. Tudo isso contribui para uma percepção de risco mais elevada e verificamos esse impacto nos indicadores do mercado financeiro.
A partir desse mês as coisas podem começar a evoluir favoravelmente. Passadas as eleições municipais, o Governo pode tentar sair da inércia e retomar a agenda de votações em acordo com o Congresso, endereçando ao menos as questões do Orçamento e Equilíbrio Fiscal. Isso afastaria receios de alta da inflação e dos juros básicos, via um mecanismo de menor percepção de riscos.
No caso do Covid, uma estratégia adequada de vacinação a partir de janeiro pode afastar o receio com uma segunda onda e permitir o funcionamento da economia mais próximo do normal.
Até lá, setores como tecnologia e E-commerce, Agronegócio, Imobiliário e Construção, Infraestrutura e Logística e Dividendos devem ganhar destaque. Bons negócios!