Apesar da agenda econômica fraca nesta semana, o sentimento generalizado no mercado é de incerteza e medo da possível recessão causada por uma inflação mais arraigada pelo mundo.
Ontem, tivemos o dólar oscilando entre R$ 5,3656, quando recuou 1,11%, e R$ 5,4323, máxima do dia. No fechamento, o câmbio a vista para venda estava cotado a R$ 5,4195.
Observamos um movimento desde segunda-feira do euro fortalecendo ante ao dólar com a expectativa de aumento na taxa de juros pelo BCE (amanhã), alguns apostam em 0,25 ponto porcentual e outros players em 0,50 p.p. O que é consenso é que estão bem atrasados neste aumento. A paridade entre euro e dólar ontem chegou a 1,023, longe do 1 para 1 da semana passada. Vamos acompanhar de perto essa decisão pois, se o juros aumentarem 0,25p,p. por lá, provavelmente, o mercado já precificou. Se aumentar mais do que isso, o euro pode ganhar mais força. Agora, se não aumentarem “ainda” os juros, daí o euro vai cair novamente.
Dado o quanto o BCE está atrás da curva, é prudente aumentar o juro por lá em apenas 0,25 p.p. porque elevar os juros em meio ponto porcentual agora pode minar a capacidade do BCE de apertar sua política monetária quando o choque no fornecimento de energia na Europa piorar.
Na semana que vem, o foco será o Fed, que deve seguir elevando a taxa a um ritmo de 0,75 ponto percentual para frear uma inflação que insiste em se manter nos picos em cerca de 40 anos. Daí sim veremos movimentos mais em cima do dólar.
Juros mais altos no mundo desenvolvido reforçam a atração de capital para moedas como dólar e euro em detrimento de divisas emergentes, como o real.
Em cenários de incerteza, guerra, inflação, existe uma corrida para o dólar, o porto seguro dos investidores. Vejam esses dados: os estrangeiros compraram em termos líquidos o equivalente a 2,15 bilhões de dólares em derivativos de taxa de câmbio na bolsa brasileira em julho até dia 18 em meio à escalada de temores de recessão mundial.
E, para piorar por aqui, a eleição presidencial com polarização traz um cenário de conflitos entre os dois únicos candidatos que tem chance de se eleger e, com isso, mais volatilidade ao câmbio.
Como eu digo: oremos, pelo fim da guerra Rússia Ucrânia, pelo fim do Covid, pelas eleições sem conflitos e num processo democrático legítimo, pela queda da inflação e, por que não, pelos nossos lucros!!!
Boa sorte, turma!!!