É global! O recente fenômeno de alta inflacionária atinge não só nosso querido Brasil, acostumado ao IPCA nas alturas e com o COPOM lutando para trazer a inflação ao centro da meta, mas agora também se torna um fenômeno global. Fruto da iniciativa de injeção de dinheiro nas economias para superar o período de pandemia, hoje vemos países desenvolvidos sofrendo com a alta inflação e mudando o cenário econômico ao redor do globo.
Aqui, apesar de ser um problema frequente, as classes menos favorecidas acabam pagando um preço mais alto. E bota mais alto nisso. Há alguns meses se acompanha em noticiários que o brasileiro começa a trocar alguns luxos, se é que dá para chamar a carne de segunda de luxo. A verdade é que esse fenômeno global está longe do fim, como apontam especialistas de diversas casas. O Banco BTG Pactual (SA:BPAC11), por exemplo, revisou para cima as projeções de inflação.
Isso força o COPOM a manter a SELIC alta por mais tempo, levando investidores a optarem por ativos atrelados ao CDI. Mas o buraco é sempre mais embaixo. Com o custo do dinheiro mais caro, empresas que precisam tomar crédito para expandir sua operação ou reforçar o caixa para manter sua operação rodando, repassam esse custo para o consumidor, alimentando o ciclo vicioso.
Mas não vamos só falar do copo meio vazio. Com ativos atrelados ao IPCA, como a NTN-B, o investidor pode encontrar uma forma de mitigar parte da questão inflacionária e ainda ter juros real sobre seus investimentos, mas a recomendação é de exposição uma parcela equilibrada para a carteira de um cliente com perfil conservador.
Mesmo muito acostumados em altas taxas inflacionárias, os brasileiros estão sofrendo com o baixo poder de compra de seu dinheiro. Salários defasados, custo de vida muito mais alto nas principais capitais do país. Não está fácil para ninguém.
Para 2023 o cenário é mais otimista, com expectativa de uma inflação na casa de 4,5%, bem próxima da meta. Mas é aí que está o xis da questão, na realidade ninguém crava com certeza esse cenário e continuamos esperando que essas previsões se confirmem. Quem sabe assim a temida inflação ocupe apenas uma nota de rodapé e voltemos a acelerar a economia e assim saímos com os dois pés dessa sensação de estagnação geral, tanto econômica quanto no dia a dia da população em geral.