A possível surpresa por parte do Comitê de Política Monetária (Copom) na decisão de juros deve ser literal, uma surpresa. A comunicação constante da autoridade com o mercado explicitou a preocupação dos agentes com a falta de avanços nas reformas e o Banco Central tende a refletir isso no resultado de hoje.
O corte de 100 bp, até considerado ousado dado o histórico de afrouxamento monetário brasileiro se garante no curto prazo por um contexto mais do que benigno de inflação que mistura oferta agrícola abundante, recessão e descompressões pontuais em energia (combustíveis e elétrica) que fariam inveja a qualquer autoridade monetária.
Porém, o problema se concentra além de 2017, pois os efeitos defasados da política monetária na economia real, ou seja, o tempo entre a decisão de juros e sua verdadeira queda já jogam a atual decisão e seus efeitos concretos para 2018.
É praticamente impossível prever se o interregno benigno de inflação terá continuidade no próximo ano, portanto o elemento fiscal, o qual pesa por quase um terço dos índices deve estar minimamente calibrado para evitar novos picos inflacionários, como observamos em consequência às quedas promovidas na gestão anterior.
Ou seja, o Copom deve se limitar a continuar o afrouxamento neste caso não se contemplem as reformas, de forma a evitar um repique inflacionário. Infelizmente.
CENÁRIO POLÍTICO
A manutenção de Renan como líder do PMDB no senado foi mais um movimento do governo rumo a uma tentativa de “xeque”, no atual cenário político. Muitos consideram o aceno como uma tentativa de paz para a ainda difícil passagem das reformas.
A entrega de Rocha Loures aos “leões” sem foro privilegiado também foi considerada estratégica para poupar o atual presidente, pois supostamente demonstraria a falta de compromisso direto com o deputado por parte de Temer.
Nos eventos mais recentes, a equipe econômica e o presidente tentam vender a máxima policial em cena de crime “não há nada para se ver aqui”, em meio a um contexto de sangria e caos. Basta saber por quanto tempo dura tal retórica.
CENÁRIO DE MERCADO
Apesar dos temores com a eleição britânica, os mercados abrem positivos. A abertura na Europa é de alta, com a mesma tendência nos futuros das bolsas em NY, após uma sessão de volume limitado.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas, após alta na abertura, enquanto os Treasuries operam com rendimento em alta.
Entre as commodities metálicas, o ouro retoma a alta, enquanto o minério de ferro deve fechar o mês praticamente estável, após consecutivas sessões de queda.
O petróleo opera em queda em NY e Londres, com a elevação expressiva da oferta Líbia e americana da commodity.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 3,2579 / 0,03 %
Euro / Dólar : US$ 1,12 / 0,268%
Dólar / Yen : ¥ 110,80 / -0,045%
Libra / Dólar : US$ 1,28 / -0,187%
Dólar Fut. (1 m) : 3261,55 / -0,33 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 18: 9,31 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 19: 9,36 % aa (1,08%)
DI - Janeiro 21: 10,42 % aa (0,68%)
DI - Janeiro 25: 11,05 % aa (0,36%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,32% / 63.962 pontos
Dow Jones: -0,24% / 21.029 pontos
Nasdaq: -0,11% / 6.203 pontos
Nikkei: -0,14% / 19.651 pontos
Hang Seng: -0,16% / 25.661 pontos
ASX 200: 0,12% / 5.725 pontos
ABERTURA
DAX: 0,467% / 12657,48 pontos
CAC 40: 0,253% / 5319,36 pontos
FTSE: 0,427% / 7558,65 pontos
Ibov. Fut.: -0,19% / 64229,00 pontos
S&P Fut.: 0,133% / 2413,90 pontos
Nasdaq Fut.: 0,259% / 5807,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,38% / 82,86 ptos
Petróleo WTI: -2,05% / $48,64
Petróleo Brent:-2,30% / $50,65
Ouro: 0,11% / $1.264,51
Minério de Ferro: -0,52% / $60,93
Soja: -0,68% / $17,53
Milho: 1,23% / $371,50
Café: 0,76% / $133,15
Açúcar: -0,73% / $14,93