Nem o anúncio da decisão de juros, nem a entrevista coletiva de Jerome Powell. O ponto alto da reunião do Federal Reserve na tarde desta quarta-feira (20) é o chamado gráfico de pontos (dot plot), que contém as projeções dos membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) para as principais variáveis econômicas, entre elas, a taxa dos Fed Funds.
A dúvida é se haverá mudança no colegiado em relação ao nível terminal dos juros em 2024. Caso dois dos seis membros votantes alterem suas expectativas, prevendo um patamar mais elevado para o custo do empréstimo, será o suficiente para mover a mediana das projeções, sinalizando apenas dois cortes até dezembro, ao invés de três.
A chance de indicar uma queda adicional, totalizando quatro, também existe, embora seja menor. Ainda mais após o mercado de trabalho nos EUA mostrar robustez e a inflação ao consumidor americano apresentar resistência. Além disso, os investidores esperam por pistas sobre o momento exato em que os cortes devem começar.
As apostas de que a primeira redução seja em junho giram em torno de 60%. As outras duas quedas viriam em setembro e em dezembro. Toda a atenção dos mercados globais está voltada para a calibragem dessas expectativas, que deve ditar o rumo dos ativos de risco. Até lá, os negócios devem se arrastar, à espera dos eventos envolvendo o Fed.
No fim do dia, ainda tem o desfecho da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Apesar da certeza de que a taxa Selic será cortada em mais meio ponto, para 10,75%, a expectativa recai no comunicado que acompanhará o anúncio da decisão. A ver, então, por quanto tempo mais o plano de voo de queda do juro básico será mantido.
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