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A Semana no Câmbio

Publicado 22.08.2022, 06:00
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Vamos verificar quais são os dados do calendário desta semana que influenciam a cotação do real pelo mundo.
 
Aqui no Brasil, na quarta-feira sairá o IPCA -15 e outros dados de inflação. Também escutaremos os primeiros discursos de presidenciáveis. 
 
Nos EUA, o mais importante da agenda é o fórum anual do Fed em Jackson Hole, com o discurso de Jerome Powell na sexta-feira fechando a semana. No decorrer da semana teremos falas de alguns presidentes dos bancos centrais americanos e dados dos PMI, que mostram se a economia por lá está aquecendo ou esfriando.
 
Na Europa, o mais importante é a confiança do consumidor. Na sexta passada, a confiança do consumidor da Inglaterra veio na mínima histórica. Teremos também, mas no final da semana, o clima de negócios na Alemanha. A semana fechou com as ações europeias em baixa devido a temores de recessão por lá. A paridade EUR/USD ficou em 1,0037 na sexta feira passada.
 
Na China, previsão de sabermos os lucros industriais e olho nas ondas de calor. 
 
Ainda temos a guerra na Ucrânia e seus desdobramentos com a chegada dos mercenários contratados pela Rússia. Uma grande preocupação por aqui é a questão da exportação do nosso petróleo para a China, que reduziu drasticamente as compras por aqui, dando preferência para comprar da Rússia. A Rússia permaneceu como o principal fornecedor de petróleo da China pelo terceiro mês consecutivo em julho. A guerra na Ucrânia mudou os fluxos de exportação de petróleo da Petrobras (BVMF:PETR4), e a participação da China nas compras da empresa brasileira foi de 15% no segundo trimestre, ante 45% no mesmo período do ano passado.
 
Falando no dólar, a moeda norte americana fechou a semana passada cotada a R$ 5,1680. Na semana, o dólar subiu 1,85%.
 
Continuam as dúvidas quanto à conduta do Fed na sua política monetária, principalmente após declarações de dirigentes do BC americano sinalizando preocupação com a inflação nos EUA como justificativa para defender uma elevação de 0,75 ponto porcentual nos juros do país, e não 0,50.
 
A alta surpreendente da inflação na Alemanha, a crise energética na China e outros fatores de incerteza internacional completaram o quadro que levou ao movimento de "fly to quality." Busca pelo dólar.
 
No final da semana, houve ingresso de recursos externos tanto pela via comercial quanto pelo segmento financeiro, e o ingresso de recursos de exportação de commodities faz uma boa  diferença, senão essa alta do dólar teria sido ainda maior.
 
Especuladores que operam na Bolsa Mercantil de Chicago (CME) voltaram a comprar reais na semana passada, adquirindo o maior volume de contratos desde maio, mas a posição favorável à moeda brasileira ainda é tímida e distante dos patamares recentes, indicativo de desconfiança do investidor. O estoque das posições está comprado, ou seja, apostando na valorização do real em 4.790 contratos.
 
Seguiremos cautelosos de olho nas preocupações globais com inflação e aperto da política monetária norte-americana.
 
Bons negócios a todos! O mercado deve responder bem agressivamente a fluxos e a semana promete volatilidade, como já é de costume por aqui. 
 
Muito lucro e excelente semana para todos.

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