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A Selic cai no 2° semestre?

Publicado 27.03.2023, 12:53

O Ibovespa perdeu o patamar dos 100 mil pontos com a queda de quinta-feira, 23, no dia seguinte à decisão de juros no Brasil.

Pela quinta reunião seguida, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central optou por manter a Selic em 13,75% ao ano.

A taxa não só foi mantida em patamares elevados como, no comunicado após a decisão, a autoridade monetária citou que não hesitará em retomar o ciclo de alta, caso necessário.

No centro das discussões

Os fatores que mantêm a Selic em 13,75% ao ano desde agosto de 2022 são o risco fiscal e a inflação que ainda persiste.

Além do problema inflacionário importante que se apresenta, há também a necessidade de as expectativas do mercado estarem ancoradas não somente para o curto prazo, como também considerando prazos mais longos, como 2024, 2025 e 2026.

Neste momento, é preciso um arcabouço crível e forte como um dos pilares para garantir a queda da taxa básica de juros sem causar pressões inflacionárias no médio e longo prazo.

Ainda não se sabe como essa nova âncora fiscal vai ser, mas se for um arcabouço frouxo e pouco crível, em relação à necessidade do governo de ter um controle de gastos, isso pode acarretar, inclusive, em uma maior deterioração das expectativas de inflação por parte do mercado, jogando ainda mais dificuldade para esse processo de arrefecimento.

Se for um arcabouço crível de forma a sustentar uma trajetória de queda da dívida, as expectativas podem ficar mais ancoradas e, consequentemente, pode abrir espaço para uma discussão mais séria de queda da Selic.

Ou seja, teremos que monitorar.

O mercado segue à espera. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a data limite para apresentação do novo arcabouço fiscal é 15 de abril.

Para onde vai a Selic

Diante dessa perspectiva, a semana foi de volatilidade no mercado acionário do Brasil. Mas até quando a Selic vai ficar em 13,75%?

Encurtando caminhos, e indo direto ao ponto, não vemos justificativa suficiente para a Selic cair este ano. Ainda temos um problema inflacionário e estamos distantes do cumprimento das metas.

Após os últimos dados pressionados, o IPCA-15 de março (divulgado na sexta-feira, 24) foi uma notícia positiva, ao mostrar uma melhora qualitativa diante da queda dos núcleos de inflação e dos preços de serviços. Resta continuarmos observando essa consistência ao longo das próximas divulgações.

Adicionalmente, as críticas que o governo tem feito ao defender que o patamar “justo” para a Selic no País coloca ainda mais pressão no Banco Central, e consequentemente nas expectativas para a inflação, ainda que os fundamentos estejam alinhados na direção da manutenção do atual patamar.

Como aproveitar os juros altos

A Selic mantida em 13,75% e a perspectiva de continuar em patamares elevados por um bom tempo faz com que os pós-fixados continuem sendo uma boa opção.

Mantemos nossa preferência por prazos curtos e liquidez diária, ao possibilitar movimentações na carteira, dadas as incertezas que ainda pairam sobre a economia.

Gostamos de títulos IPCA+ isentos de imposto de renda, de modo que conseguimos nos aproveitar do cenário de estresse no mercado de crédito em um momento em que também nos protegem da inflação.

Alguns exemplos desses títulos são CRIs, CRAs e Debêntures de Infraestrutura.

Vale ressaltar que é necessária uma análise minuciosa da empresa em que você está investindo para saber se ela vai pagar o que lhe foi prometido.

Bons investimentos.

Um abraço.

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