Grande parte do bom humor dos mercados internacionais de ontem veio depois que o novo ministro das Finanças britânico, Jeremy Hunt, descartou o plano econômico da primeira-ministra Liz Truss. A agenda fiscal de Truss previa grandes cortes de impostos sem compensação por parte do governo, o que vinha provocando ondas de estresse no mercado de títulos britânicos e contaminando o humor global. Esse recuo demonstrou um bom comprometimento fiscal e agradou o mercado.
Apesar disso, temores de um aperto monetário muito agressivo nos Estados Unidos persistissem. Vimos ontem uma leitura de que a produção manufatureira nos Estados Unidos aumentou mais do que o esperado em setembro, a ritmo de 0,4%. Estes dados sugeriram a manutenção de pressões inflacionárias na economia do país, processo que deve ter como consequência a manutenção da postura restritiva por parte do Fed em relação à política monetária. O presidente da distrital de Atlanta, Raphael Bostic destacou o fato de que a inflação está muito elevada, o que torna necessário o aperto monetário do BC dos EUA. Segundo ele, pode haver "alguma dor no curto prazo" nesse processo de ajuste, mas adiante a economia do país conseguirá crescimento no longo prazo, com quadro melhor no mercado de trabalho.
O Fed já subiu os juros em 3 pontos percentuais desde março deste ano, e contratos futuros vinculados a sua taxa básica embutem nova alta de 0,75 ponto percentual, pelo menos, em sua reunião de política monetária de novembro.
Ocorre que, conforme o mercado de dívida norte-americano começa a oferecer rendimentos maiores a risco quase zero, os EUA atraem capital estrangeiro.
No caso do euro, houve ganho em meio a declarações de dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) em geral, destacando a inflação elevada local, que demanda mais altas de juros.
No Brasil, a pauta macroeconômica também trouxe mais um dado benigno sobre o comportamento de preços, com o IGP-10 de outubro registrando queda para 1,04%, após recuo de 0,9% em setembro. Além disso, a taxa Selic em níveis de 13,75%, ajuda também a impulsionar o real.
O dólar cai 5,72% frente ao real até agora em 2022 e fechou ontem cotado a R$ 5,2549 para venda.
Para hoje, no calendário Europeu, temos IPC, nos EUA, as construções de casas novas, discurso de Evans do Fed de Chicago e de Bullard, membro do Fomc.
Bons negócios a todos!