Quem diria que, ao manter os juros inalterados, em uma taxa altamente contracionista, o Banco Central traria grande ânimo ao mercado, especialmente se mostrando vigilante em relação à inflação?
Pois é, esta foi a reação do mercado local à decisão do COPOM e à perspectiva de manutenção dos juros por tempo relativamente indeterminado, sendo que deve alcançar ao menos agosto de 2023, no nosso cenário.
O Ibovespa registrou resultado acima dos 114.000 pontos na sessão, número não visto desde abril e a puxada em uma serie de commodities chave, com petróleo e minério de ferro ajudaram na extensão dos ganhos, o qual foi acompanhado por dólar em queda e fechamento da curva de juros nos vértices mais curtos.
Passado o ânimo descolado do exterior, as atenções voltam-se novamente aos indicadores econômicos no exterior, especialmente o mercado imobiliário e de trabalho nos EUA e obviamente, a inflação nas economias desenvolvidas, com números acima daqueles observados entre os emergentes.
Ainda que o foco local tenha mudado, a perspectiva de inflação continua de descompressão e reforçamos nosso cenário na contramão das medianas dos analistas, de um fechamento no ano entre 5% e 6%, abaixo do preconizado pelo Focus.
Alimentos, transportes e habitação, os três principais itens continuam em rota de descompressão e além de uma deflação de setembro, a ser confirmada na coleta do dia 28, o restante do ano deve preservar resultados mais fracos, levando ao fechamento esperado.
Para este mês, além dos IPCAs negativos, os IGPs seguem a mesma tendência, com o adicional da queda dos custos no geral, atacado, varejo e construção, reduzindo o ímpeto de parte da inflação dos administrados.
A recessão nas economias desenvolvidas, em meio ao atraso na decisão de reduzir estímulos e normalizar as taxas de juros, reiteramos, cobrará um elevado preço a estas economias, com o agravante de possivelmente terem dificuldade em controlar a inflação, advinda de externalidades, como a questão russo/ucraniana.
Atenção hoje aos PMIs nos EUA e à série destes dados abaixo das expectativas e das medições anteriores na Europa, todos em zona de contração.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, em reação à decisão dos BCs de elevar os juros.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, após a série de elevações de juros e da inflação mais forte em 14 anos em Singapura.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, destaque ao cobre e platina.
O petróleo cai em Londres e em Nova York, ainda que existam dúvidas quanto ao futuro do acordo com o Irã e da oferta russa, caso o conflito escale na Ucrânia.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 3,11%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,1163 / -1,09 %
Euro / Dólar : US$ 0,98 / -0,773%
Dólar / Yen : ¥ 142,73 / 0,162%
Libra / Dólar : US$ 1,11 / -1,208%
Dólar Fut. (1 m) : 5127,50 / -0,31 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Junho 23: 13,65 % aa (-1,00%)
DI - Janeiro 24: 12,79 % aa (-2,29%)
DI - Janeiro 26: 11,24 % aa (-1,53%)
DI - Janeiro 27: 11,19 % aa (-1,58%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 1,9070% / 114.071 pontos
Dow Jones: -0,3548% / 30.077 pontos
Nasdaq: -1,3671% / 11.067 pontos
Nikkei: -0,58% / 27.154 pontos
Hang Seng: -1,18% / 17.933 pontos
ASX 200: -1,87% / 6.575 pontos
ABERTURA
DAX: -1,403% / 12355,82 pontos
CAC 40: -1,190% / 5848,06 pontos
FTSE: -1,605% / 7044,61 pontos
Ibov. Fut.: 1,89% / 114690,00 pontos
S&P Fut.: -0,84% / 3740,5 pontos
Nasdaq Fut.: -1,094% / 11449,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -1,25% / 114,56 ptos
Petróleo WTI: -2,01% / $81,81
Petróleo Brent: -1,80% / $88,83
Ouro: -0,85% / $1.657,33
Minério de Ferro: -0,11% / $98,15
Soja: -0,58% / $1.449,25
Milho: -1,42% / $679,25
Café: -0,60% / $223,30
Açúcar: -0,16% / $18,46