Chega hoje o importante dia em que o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) divulga a decisão da taxa de juros nos Estados Unidos. Será o fim das especulações em relação às incertezas do enorme desafio da economia Americana e teremos um período de consolidação no mercado ou podemos ainda ser surpreendidos com um resultado fora do esperado?
Muitos acreditam que teremos um novo aumento em 0,75% elevando a taxa de juros de 2,5% ao ano para 3,25% aa. Balizado nesse consenso do mercado, Dólar e bolsas já sofreram boa parte das suas movimentações antecipadamente, vimos o trio norte americano recuar duramente e as principais bolsas da Europa, sentindo a crescente onda inflacionária, acompanhar Dow Jones, Nasdaq e o S&P 500.
Lembro o quanto foi relevante para o mercado os dados de CPI anteriores, Dólar ganhou muita força compradora e avançou novamente acima dos 5,330 em apenas 3 dias após a divulgação do número, investidores estrangeiros passaram a montar posições ainda pequenas como vendidos no mercado futuro de Dólar (-9.745 20/09/2022). Todo importante número que precede a decisão da taxa de juros é capaz de dar um norte às bolsas pelo mundo à espera da decisão dos membros do FOMC, no entanto, vale lembrar que temos um atual chairman, Jerome Powell, o qual sabidamente é alguém capaz de, caso haja a divulgação de um número fora das expectativas, colocar “panos quentes” com sua declaração que sucede a divulgação. Digo isso porque o mercado sempre se estressa nos primeiros momentos da divulgação da taxa mas, os rumos macroeconômicos que serão traçados pelos grandes fundos, investidores estrangeiros, Bancos e demais players do mercado, serão conduzidos pela interpretação das falas na coletiva de imprensa.
Somado a todo esse importante capítulo, ainda temos a divulgação pelo Banco Central da nossa taxa Selic na expectativa de mercado pela manutenção de 13,75% aa, mantendo-se muito atrativa para o investidor doméstico mas ainda mais satisfatória para o investidor estrangeiro. Temos problemas internos sim, porém somos um país pacifico distante de ameaças de guerra, estamos em período de possivelmente as eleições mais conturbadas da história, ainda sofremos com os enormes gastos públicos pelas sequelas do período de pandemia mas, somos sim, uma nação com grandes indústrias, um sistema público de saúde, um dos mais avançados países do Agronegócio que se soma a extração mineral de outras grandes empresas exportadoras de commodities.
Por fim, este será mais um grande dia no calendário econômico que certamente poderá apimentar ainda mais o destaque que até então demonstrou a resiliência do Dólar em se manter relativamente controlado frente a nossa moeda.
Colaboração: Marcos Alexandre Pinto