“É muito fácil prever o passado, é fácil prever o presente e muito difícil prever o futuro”
O ano de 2015 foi um ano muito difícil, é muito fácil de analisar, pois os fatos já aconteceram.
Da crise política aos dados macroeconômicos, todos percebemos como foi um ano muito ruim.
Estamos no início do ano de 2016, as perspectivas presentes são fáceis de prever, vai ser um ano muito difícil, o cenário político deve continuar caótico e os dados macroeconômicos deveram continuar ruins.
Até aqui nada de novo, pelo menos para os minimamente informados, agora a grande questão é o quanto poderá ser 2016 um ano ruim, ou seja, irá com certeza ser um ano difícil e ruim, isso é um fato, mas em que medida?
O ano de 2016 globalmente irá ser menos mal que 2015 e em que grau? Esta é uma resposta que ainda é muito cedo para se ter uma noção concreta, tudo aponta para que 2016 seja um ano menos pior que 2015 globalmente.
É tudo uma questão de relatividade, ninguém está à espera, penso eu, que em 2016 o Brasil consiga reverter um crescimento negativo de -3,5% para um crescimento positivo, que a inflação convirja para a meta de 4,5% mais ou menos 2%, que a produção industrial não caia, mas cairá menos que em 2015? A taxa de desemprego irá aumentar, mas quanto? As contas públicas continuarão ruins, mas quanto? Melhores do que 2015? Como irá se comportar o saldo da balança comercial, que será maior em 2016, mas em quanto? Qual será o valor do IED em 2016? Como irá ficar os fluxos cambiais em 2016?
Enfim, existe um número muito elevado de incertezas e de difícil quantificação.
Após um ano de 2015 péssimo, o que mais interessa é o rumo de 2016, se for um ano menos mal o ano passado, podemos começar a acreditar que 2017 possa ser melhor que dois anteriores, e assim por diante, até retornar a um crescimento positivo.
Claro que isso depende muitos fatores, principalmente do governo em que a margem para erro é quase nula, em que a confiança está muito baixa e não está conseguir passar a mensagem, pelo menos por agora.
Neste momento, temos que aguardar com paciência pelos dados de pelo menos do primeiro trimestre de 2016, ainda é cedo para saber o quanto 2016 será ruim, uma melhora no cenário político e macroeconômico em 2016 já será um ganho, mesmo que seja um ano ruim. A relatividade dos números e dos fatos, é mesmo assim, é ruim? É. Mas serão menos ruins que no ano anterior? E evidente que não nos devemos dar por feliz e satisfeitos só pelo facto de os números poderem ser menos ruins em 2016, mas abre perfectivas de serem melhores (ou menos ruins) nos anos seguintes, 2017 ou 2018.
O que o Brasil precisa e começar a ver uma luz no fundo do túnel e que seja de uma trajetória consistente de melhora. A relatividade dos fatos e dos números irá demonstrar em 2016 em que fase estamos, ascendente ou ainda descendente, acredito que os números e os fatos irão demonstrar em 2016, apesar de esperar que seja um ano globalmente ruim, já estaremos numa fase de ascensão, mas isso depende muito, como já referi do governo, possivelmente o pior inimigo do Brasil neste momento.