Que ano, meus amigos!
Na verdade, que anos são esses?!
Posso dizer com toda tranquilidade do mundo que passamos por períodos extramemente conturbados, de forma consecutiva, que fizeram com que praticamente nada mais nos assustasse.
Passamos por uma Greve dos Caminhoneiros, impeachment presidencial, vice assumindo e aprovando várias reformas, caso JBS (BVMF:JBSS3), Lava Jato, pandemia (esse deve ter sido um dos piores casos da história), guerra (Rússia x Ucrânia), eleições no Brasil, mais uma guerra...
Passamos por diversas provações e estamos aqui!
Psicologicamente não foi um período tão saudável para os investidores (para quem trabalha com isso prefiro nem comentar). Aprofundamento técnico levado aos limites, "estágio" em psicologia, muitas reflexões mas sempre em mente que, tudo passa!
Peter Drucker, consultor, escritor e economista, chamado de "guru da administração" certa vez disse, "Trees don't grow to the sky" ("Árvores não crescem até o céu"), fazendo uma ligação com as empresas, e podemos encaixar também nos ciclos econômicos (e da vida), que há finidade para tudo. Mesmo as árvores mais altas possuem um limite de crescimento por que nem tudo depende única e exclusivamente dela para dar continuidade ao seu crescimento. Solo fértil, água, luz solar e, principalmente, espaço que adequem as suas raízes fazem com que nunca tivéssemos visto uma árvore até o céu (menos em João e o Pé de Feijão).
De uma forma menos técnica os ciclos econômicos (e da vida) sempre "mudaram seus ventos" de acordo com o desenvolvimento (ou falta dele) ao longo dos tempos.
Muitas vezes queremos coisas demais, cedo demais e rápido demais.
Há uma frase de Warren Buffet que fala, "não se pode fazer um bebê em um mês engravidando nove mulheres".
Faz total sentido, correto?
Pense em todo o processo que você levou (ou está levando) para chegar até onde você está neste momento.
Foi fácil? Tem sido fácil?
Provavelmente não!
Água demais também mata a planta.
Estamos, neste momento, vivendo um novo ciclo. E esse "novo" ciclo já vivemos eles várias vezes. O que nos cabe é identificar em que cenário estamos para poder tirar melhor proveito possível, sem nos expor de maneira desnecessária.
Até por que é impossível prevermos todos os riscos envolvidos em tudo!
O risco de cauda (eventos raros que são incauculáveis e trazem uma grande oscilação) está presente e não é diversificável, não há como prever e não tem como calcular!
(A Lógica do Cisne Negro - Nassin Taleb - aborda bastante sobre este assunto)
Risco é tudo aquilo que sobra depois de que você acredita ter pensado em tudo.
Um grande exemplo disso é a morte do famoso mágico e ilusionista Houdini.
Ele possuía um truque do qual uma pessoa da plateia dava um soco em seu estômado e nada acontecia.
Certo dia ele recebeu a visita de um jovem que, de surpresa, desferiu vários socos
em seu estômago para avaliar a veracidade do truque.
Algo que Houdini não estava preparado que, no momento, não deu tanta importância mas sentiu os golpes.
Dias depois Houdini foi internado com fortes dores no estômago e diagnosticado com apendicite aguda.
Não resistiu a uma cirurgia e faleceu em 1926.
Risco é tudo aquilo que sobra depois de que você acredita ter pensado em tudo.
Após toda essa "palestra" o grande intuito é dizer que "passamos a zona de arrebentação".
Muitas vezes não conseguimos calcular todos os riscos envolvidos, como guerra, quebra de empresas,
situações adversas de empresas (Americanas (BVMF:AMER3)), e vamos continuar desta forma.
Não existe uma forma de calcularmos todos os riscos envolvidos na vida e no cenário econômico.
Mas o que existe é um trabalho em conjunto mirando um objetivo muito maior, planejarmos o longo prazo!
Se não fosse a Crise de 2008 nos Estados Unidos e a quebra de um dos maiores bancos, o Lehman Brothers, nunca haveria sido criado novos sistemas de segurança para a economia bancária no país.
Em 1977 em Tenerife, Espanha, aconteceu um dos piores acidentes aéreos já registrados.
2 aeronaves se chocaram, dois Boings 747, levando 583 como vítimas.
Após o incidente o relatório dos peritos explicou que houveram "11 coincidências e erros separados, a maioria deles ínfimos, que se combinaram".
Tudo isso fica para a história, e o que importa é como nos comportamos em relação aos objetivos futuros!
Lembre-se sempre qual seu objetivo para o futuro.
Lembre-se também se nesta semana em específico, neste mês, nesses 2 meses do qual existiu um risco
inesperado por todos, se isso vai acabar com o seu planejamento de longo prazo.
Lembre-se de tudo o que passamos nos últimos 3 anos (todas as provações).
O objetivo futuro é muito maior do que contra tempos de curto prazo.