Por aqui, o presidente eleito, de volta ao Brasil após viagem internacional, tem apoiado os esforços para criar uma exceção ao teto de gastos, enquanto há cobranças por uma nova âncora fiscal. Será difícil um equilíbrio entre o lado social e a disciplina fiscal.
No exterior temos nosso grande parceiro comercial, a China, lutando contra numerosos surtos de Covid-19. Os novos casos minam expectativas de uma flexibilização nas rígidas restrições de circulação social tomadas pelo governo chinês contra a pandemia. Aumentam os temores sobre a desaceleração da atividade econômica. Mantemos a expectativa sobre a ata da última decisão de política monetária, que será divulgada amanhã. O dólar no exterior se beneficiou de uma demanda renovada por ativos portos-seguros em meio a temores de uma desaceleração chinesa, empurrando mecanicamente o euro para baixo. O medo de uma potencial crise nuclear no conflito Rússia-Ucrânia, após o forte bombardeio da usina nuclear de Zaporizhzhia na Ucrânia, também impulsionou a demanda por dólar como refúgio seguro, enquanto pesava sobre o euro.
Sobre a Europa, falando em uma conferência em Lisboa, Centeno , membro do BCE, disse que o banco central tinha que reverter a tendência de aumento da inflação e não podia deixar que ela se enraizasse na economia, mas que o próximo aumento nas taxas de juros pelo Banco Central Europeu pode ser menor que o recorde de 0,75 ponto percentual decidido em suas duas últimas reuniões.
O dólar ontem fechou o dia cotado a R$ 5,3115. Na contra mão de exterior, onde a moeda norte americana subiu. Além de realização de lucros com as altas dos dias anteriores, vimos investidores reagindo positivamente a falas mais conciliadoras de Luiz Inácio Lula da Silva sobre a postura fiscal do Brasil e se atendo a esperanças de que a PEC da Transição seja desidratada durante tramitação no Congresso.
Por aqui, as negociações do mercado de câmbio doméstico devem permanecer voláteis enquanto durarem as negociações da PEC da Transição e o processo de escolha das equipes ministeriais oficiais de Lula.
Uma notícia boa foi que o ex presidente do banco central, Ilan Goldfajn, foi eleito presidente do BID (banco interamericano de desenvolvimento). Maior instituição financeira multilateral de fomento e integração do mundo, o BID atua em áreas como educação, saúde e infraestrutura para proporcionar qualidade de vida à população da América Latina e Caribe, sendo a principal fonte de financiamento para o desenvolvimento na região.
Para hoje, veremos a confiança do consumidor na zona do euro. Nos EUA, discursos de Mester, Bullard e George, membros do Fomc.