Bom dia, turma, vamos lá. Aqui estou eu again para dissertar mais um pouco sobre o que está acontecendo no mundo e causando essa queda no real.
Vamos primeiro falar daqui mesmo, ontem a PEC foi promulgada e com isso o Auxílio Emergencial passa a 600 reais, e dobra o valor ofertado como Auxílio Gás. Com um impacto fiscal estimado de 41,25 bilhões de reais, a PEC cria também, a partir da instituição do estado de emergência, um auxílio de 1 mil reais mensais destinado a transportadores autônomos de carga, apelidado de "voucher-caminhoneiro". Além disso, a proposta prevê um benefício mensal voltado a taxistas até o limite orçamentário de 2 bilhões de reais. Agora é ver se o mercado vai estressar ainda mais com isso, ou se já estressou o suficiente na expectativa e agora que “já era” se acalma. Opinem aí embaixo pessoal, só que sem esquecer do resto do mundo que escrevo aqui abaixo.
O indice de inflação ao produtor (PPI) nos Estados Unidos em junho veio acima do esperado pelo mercado e reforçou as apostas de que o Fed será mais agressivo na condução da política monetária, ou seja provavelmente subirá os juros por lá mais do que os 0,75 que o mercado esperava ( dia 27). Embora isso esteja longe de um consenso dentre os dirigentes. Com os juros subindo por lá, aumentam as chances de recessão e os preços das commodities caem, alem de já estarem abalados pela incerteza quanto à economia chinesa. É um cenário de dólar mais forte do mundo e menos fluxos para emergente.
Agora o novo teste da taxa de câmbio é o patamar de R$ 5,50. Ontem chegou a bater na máxima do dia R$5,4904, mas acabou o dia vendida a R$ 5,4333.
Acho relevante comentarmos aqui sobre o euro, que está num momento de queda. A moeda do mercado comum europeu ontem chegou a operar abaixo da paridade com o dólar em alguns momentos. A perspectiva é que o Banco Central Europeu seja mais vagaroso na alta de juros, dado o agravamento do risco de recessão pelo choque de energia. A Comissão Europeia anunciou redução das previsões de crescimento e alta relevantes das estimativas de inflação. Pois é, motivos não faltam para vermos o euro abaixo do dólar.
Sempre falo para vocês que países exportadores de commodities tem as suas moedas bastante voláteis quando acontecem crises. E no Brasil o caso é bem esse. Só que aqui ainda temos a questão das eleições para “salgar” um pouco mais o ambiente. As dúvidas sobre o rumo das contas públicas em 2023, dado que o novo presidente terá dificuldade em reduzir programas sociais, turbinados pela PEC dos Benefícios, faz com que o cenário fique ainda mais incerto.
Gostaria de poder dizer coisas melhores, de ser mais otimista, porém com o externo e o interno complicado, não tenho como não mostrar para vocês o cenário altista para o dólar. E não sou só eu, vários bancos revisaram para cima as projeções para o dólar para o final do ano.
Calendário de hoje teremos o seguinte, já bem cedo por aqui as 7:00 da manhã o índice de sentimento do consumidor da Alemanha ( o euro que se cuide), nos EUA vendas no varejo (medo) e a produção industrial. Além disso a confiança do consumidor de julho por lá.
Agora vejamos hoje a reação a promulgação da PEC e aos novos índices que vão sair. Capaz que haja um pouco de realização de lucro e mercado dê uma “aliviadinha”, mas não se animem, se rolar não será por muito tempo.
Força, turma! Boa sorte, galera!