Todo participante do mercado ou investidor pessoa física, principalmente aquele que está iniciando a sua jornada de investimento, precisa, antes de tudo, aprender a reconhecer e a ler os ciclos econômicos que acontecem durante os anos.
Não é uma tarefa simples, mas também não é tão difícil. Primeiramente, o investidor precisa dominar e conhecer conceitos básicos de economia, tanto para os investimentos, como para conhecimento básico de como o comportamento da sociedade e seus agentes atuantes influenciam no consumo, no estabelecimento de políticas de crédito, políticas monetárias e políticas fiscais.
A partir desse entendimento, a necessidade de planejar os seus investimentos passa a ser crucial para quem vislumbra o longo prazo.
Os ciclos econômicos, como o próprio nome diz, são ciclos. Ora estamos no ciclo de crescimento econômico com juros em queda, inflação controlada, entrada de novos investidores na bolsa de valores, aumento no consumo, aumento na disponibilidade de crédito para o consumidor e para as empresas expandirem; ora estamos em um ciclo de recessão econômica com alta de juros, inflação alta, queda no consumo, alto endividamento das famílias, aumento no desemprego e redução de cessão de crédito.
A identificação de qual ciclo econômico estamos passando é o que vai trazer uma vantagem à sua carteira e aos seus investimentos.
Vejamos o seguinte exemplo: no momento atual, estamos passando por uma queda da taxa de juros, o que vai baratear o crédito e incentivar o consumo. Sabendo disso, você já percebeu que não vai ser mais tão fácil conseguir aquele 1% ao mês na renda fixa sem fazer muito esforço, então é a hora de você mudar a estratégia da sua carteira.
Quando há uma queda na taxa de juros, todos os títulos de renda fixa também terão a sua rentabilidade reduzida. Logo, todos os recursos e agentes do mercado também buscarão ativos que lhe proporcionarão uma rentabilidade melhor do que a renda fixa.
Com efeito, é nesse momento que a bolsa de valores costuma ter uma valorização satisfatória. Contudo, para aproveitar essa valorização, você precisa estar atento aos indicadores da economia e estar com recursos alocados em ativos que você deve avaliar antes de efetivar sua compra.
O contrário também segue os mesmos princípios. Quando estamos passando por um momento de alta de juros, alta da inflação, uma maior restrição do crédito para reduzir o volume de dinheiro em circulação e desestimular o consumo, todos os recursos e agentes do mercado começam a olhar para títulos de renda fixa, já que os juros estão aumentando e a bolsa de valores é um risco que não vale a pena quando comparada com a taxa de juros. Assim, todos irão em busca de títulos de renda fixa para assegurar uma melhor rentabilidade com menor risco.
Essa dinâmica é melhor compreendida com o tempo e com a vivência no dia-a-dia do mercado. Mas é importante saber identificar o fim de um ciclo e o início de outro para que você, investidor, tenha uma vantagem na hora de alocar os recursos.
Antecipar-se significa agir contrariamente ao que se observa no mercado. Não se deve aguardar as notícias nos jornais para avaliar o desempenho econômico ou a valorização da bolsa de valores. É aconselhável iniciar investimentos em ações independentemente desses eventos, assim como aproveitar uma elevação na taxa de juros para adquirir títulos de renda fixa vantajosos.