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A “missão” da China

Publicado 31.01.2024, 14:00

O Brasil buscou inspiração nas “missões” da política industrial proposta pela economista italiana Mariana Mazzucato em seu best-seller “Missão Economia: um guia inovador para mudar o capitalismo” para anunciar o novo plano de governo para o desenvolvimento da indústria nacional. Talvez o país pudesse ter se inspirado nas “soluções chinesas”.

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Afinal, as experiências e lições do notável desenvolvimento da China são o que o presidente Xi Jinping oferece para o mundo, em especial para os países emergentes, como o Brasil. A transformação pela qual o gigante asiático passou nos últimos 70 anos, fomentando uma “revolução” até se tornar uma grande potência global serve de inspiração.

O presidente Xi diz abertamente: “A China está se aproximando do centro do palco mundial e fazendo grandes contribuições à humanidade”. A visão global da missão de Xi consiste em oito grandes conceitos:

  • uma comunidade comum com futuro partilhado

  • cooperação ganha-ganha

  • globalização econômica

  • novo tipo de governação global

  • gerenciamento das diferenças

  • nova relação entre grandes potências

  • multilateralismo

  • e intercâmbios entre pessoas

A missão chinesa tem como objetivo alcançar a meta centenária, de tornar a China um grande país socialista moderno em todos os aspectos até 2050, quando se pretende alcançar o “rejuvenescimento da nação chinesa”. No meio do caminho, desde 2020 até 2035, espera-se realizar a modernização socialista.

Missão dada é missão cumprida

A “missão” chinesa compõe uma narrativa do que a China tem alcançado, o que a China ainda não conseguiu e o que a China deve fazer para se tornar uma grande nação em uma “Nova Era”, de desafios complexos e sem precedentes interna e externamente. Por isso, a China procura reforçar seu “soft power” no mundo, competindo no mercado global de ideias.

Xi Jinping, agora, detém a autoridade, mas também carrega o fardo. Isso porque as implicações internacionais de abandonar a famosa formulação do líder supremo Deng Xiaoping, de que a “China está escondendo as próprias capacidades e ganhando tempo”, leva a uma gama de objetivos, estratégias e conceitos que buscam uma “virada de jogo”.

Para que as lideranças chinesas cumpram a missão, a criatividade e a inovação devem ser estimuladas, a crítica construtiva encorajada e o fracasso respeitado (não apenas tolerado).

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