A última reunião de economistas com o Banco Central foi o ponto de mudança para as perspectivas de juros no mercado futuro.
Como uma parcela dos analistas advoga por um corte, ainda que o contexto inflacionário continue ancorado na meta, a informação foi transmitida como a necessidade de afrouxamento.
O enfraquecimento de uma série de indicadores de atividade econômica e alguns indicadores econômicos realmente corroborariam com um corte de juros, que sim, pode ocorrer ainda este ano.
Todavia, o posicionamento conservador do Banco Central vem de encontro à questão da imponderabilidade da política.
Considerando o tripé macroeconômico, o Brasil está ‘manco’ do ‘pé fiscal’ e depende necessariamente de votações políticas para corrigir tal defeito.
Até que isso se torne verdade, seria no mínimo irresponsável por parte da autoridade monetária sinalizar um movimento de juros, seja ele qual for.
O mercado financeiro é um antecipador de movimentos e ao mesmo tempo um reflexo da economia real.
Sendo assim, se o ânimo recente com os avanços no Congresso levou a, por exemplo, uma queda de quase 6% do dólar em menos de 15 dias, melhora no Ibov e fechamento das curvas de juros, qual será o efeito da aprovação das reformas nos ativos e melhor, qual será o efeito estimulativo do evento na economia?
Esta é a pergunta que a autoridade monetária pode estar se fazendo antes de anunciar ou realizar um corte de juros, adicionadas ainda as incertezas contínuas com o recrudescimento da guerra comercial e os efeitos na atividade econômica global, outro ponto de observação do BC.
Reiterando, não é que o BC não deva cortar juros, a verdade é que os efeitos estimulativos do avanço das reformas ainda são desconhecidos e não podem ser desprezados, além disso, na ponta contrária, o mundo pode estar a caminho de um crescimento sensivelmente menor, devido à guerra comercial em andamento e sem solução crível no curto prazo.
CENÁRIO POLÍTICO
A votação no Senado ontem, em seus diversos episódios, foi um exemplo de articulação republicana e descortina cada vez mais a intenção da oposição de atrasar tudo que beneficia este governo (e o Brasil) em nome meramente de um projeto político.
O que resta ao governo é manter o ritmo, este republicanismo que foi tão importante até este momento e lutar para evitar a reação do famoso Centrão aos diversos avanços ocorridos, como demonstrado em alguns vídeos vazados na internet.
Para a reforma da previdência, o corporativismo corre solto em Brasília nestes dias, com grupos tentando manter e até aumentar os privilégios na reforma.
Porém, ceder a pautas de grupos individuais tem soado muito negativo aos deputados, muito mais sensíveis hoje à opinião pública, esta favorável ao fim das castas privilegiadas.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, com um leve alívio na guerra comercial.
Na Ásia, o fechamento foi negativo, com as reações chinesas aos tweets de Trump.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos observados.
Entre as commodities metálicas, altas, exceção à prata e ao cobre.
O petróleo abre em queda, com a guerra comercial.
O índice VIX de volatilidade abre em queda de 0,4%
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 3,8862 / -0,94 %
Euro / Dólar : US$ 1,13 / 0,187%
Dólar / Yen : ¥ 107,93 / -0,130%
Libra / Dólar : US$ 1,27 / 0,229%
Dólar Fut. (1 m) : 3907,83 / -0,62 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 20: 6,22 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 21: 6,44 % aa (-0,77%)
DI - Janeiro 23: 7,41 % aa (-1,98%)
DI - Janeiro 25: 7,99 % aa (-2,08%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,01% / 97.020 pontos
Dow Jones: 0,02% / 24.820 pontos
Nasdaq: -1,61% / 7.333 pontos
Nikkei: -0,01% / 20.409 pontos
Hang Seng: -0,49% / 26.762 pontos
ASX 200: 0,19% / 6.332 pontos
ABERTURA
DAX: 0,811% / 11888,40 pontos
CAC 40: 0,094% / 5246,39 pontos
FTSE: 0,099% / 7191,93 pontos
Ibov. Fut.: -0,06% / 97079,00 pontos
S&P Fut.: 0,476% / 2762,70 pontos
Nasdaq Fut.: 0,404% / 7022,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,03% / 77,40 ptos
Petróleo WTI: -1,26% / $52,57
Petróleo Brent:-1,29% / $60,49
Ouro: 0,14% / $1.327,20
Minério de Ferro: -1,51% / $96,28
Soja: 0,06% / $15,48
Milho: 1,41% / $430,00
Café: -0,19% / $103,45