Essa semana a Argentina criou duas novas variações para a paridade da moeda ao dólar. são elas o dólar Qatar e o dólar Coldplay. Com a soma dessas duas novas variações o país acumula, aproximadamente, 15 tipos de moedas atreladas ao dólar.
Vamos aos pontos chaves. É importante ressaltar que a população do país possui uma limitação para a compra da moeda americana. A Argentina restringiu a compra de 200 dólares para cada cidadão mensalmente. Atualmente a cotação do dólar oficial no país gira em torno de 150 peso argentino. E por esse motivo as casas de câmbio criaram o dólar paralelo, chamado de “dólar blue” que permite que os argentinos compram mais dólares, porém o valor é muito superior, que gira em torno de 285 peso argentino.
O dólar qatar, com o nome fazendo alusão a Copa do Mundo 2022, está ligado a área de turismo, que permite saldo maior para os argentinos gastarem em seus cartões de crédito, porém com um custo de 314 peso argentino por dólar.
O dólar coldplay, fazendo alusão a banda britânica, está ligado à área de eventos e cultural, com sua cotação também superior à oficial, em 204 peso argentino.
A situação econômica do país é bem crítica, a Argentina já ultrapassa a inflação de 80% e até o final de 2022 a estimativa é que ultrapasse os três dígitos. Quando um governo tenta controlar preços de forma displicente o resultado não poderia ser diferente.
E estes novos dispositivos que estão sendo implantados realmente fazem diferença para o país, é uma forma de estimular a economia local? Para responder essa pergunta quero trazer dois pontos de vista:
Primeiro: A estratégia do governo tem a intenção de conter a saída de dinheiro do país e até mesmo a evasão de divisas, um mecanismo para tentar impedir o comércio paralelo, proporcionando um aumento de suas reservas internacionais, que hoje gira em torno de US$ 35 bilhões a 36 bilhões, que realmente é bem baixa se compararmos com outros países da América Latina. Para efeito de comparação, o Brasil possuía no começo de 2022 em torno de US$ 362 bilhões em suas reservas internacionais.
É mais uma tentativa argentina de driblar a crise, já que a inflação é altíssima. Neste contexto cabe citar o exemplo do dólar SOJA - outra variação criada no país para estimular o comércio dessa commodity -, que em setembro trouxe em torno de 5bi de dólares para as reservas internacionais do país.
Segundo: Isso é ruim para a economia, pois gera mais taxas e de forma elevada e com isso acaba desestimulando a economia e aumento do risco país. Algo parecido com o que aconteceu na Venezuela. Gastos sem responsabilidade do governo populista, fixação do câmbio e congelamento de preços.