A semana importante da divulgação de inflações ao redor do mundo, com destaques ao IPCA e ao CPI nos EUA tem no Brasil o componente político mais uma vez com enorme peso no cenário econômico e no incremento de incertezas.
A versão tupiniquim da “invasão ao capitólio”, inclusive com a proximidade de data traz enormes incertezas no cenário local, especialmente sobre a continuidade ou não da presença do investidor estrangeiro em solo brasileiro.
Em termos políticos, ainda que se torne um prato cheio para toda sorte de narrativas da agora situação, engrossando o discurso do judiciário, continua a não facilitar a vida do atual presidente, em meio à chegada de um novo congresso mais hostil às suas pautas.
Agora é aguardar a reação dos investidores, especialmente do estrangeiro e entender o peso institucional dos eventos e como cada lado político vai tentar capitalizar e descapitalizar o ocorrido.
No restante, a semana é dedicada às inflações, especialmente após números europeus negativos, dando uma pretensa sensação de pico de preços, ainda que os resultados sejam focados basicamente no recuo dos preços de energia.
Na abertura destes números, após passar por 3 meses de inflação anual em 3 dígitos e a redução veio em energia, saindo de 34,9% para 25,7%, animando a autoridade monetária a rever a atual política de elevação de juros.
O problema para o bloco é que a inflação de alimentos, álcool e tabaco atingiu seu pico histórico aos 13,8% aa, o mesmo ocorrendo na inflação de bens industriais não ligados à energia, chegando a 6,4% aa e serviços aos 4,4%.
Em resumo, a situação no computo geral ainda é muito ruim para a zona do Euro em termos inflacionários, mas o uso da queda recente pode levar à uma reversão em termos de política monetária que atingirá diretamente o controle de preços.
No caso americano, a queda de preços consegue ser mais generalizada, em especial nos itens dentro do núcleo, o que daria um conforto de ação ao Fed, o qual, porém não ocorre totalmente, em meio às pressões do mercado de trabalho.
Japão, China e Reino Unido completam a divulgação de inflações da semana e no caso brasileiro, a inflação continua bem-comportada e sem sinais de pressão.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, por conta da abertura da economia chinesa.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, seguindo a reabertura das fronteiras da China com Hong-Kong.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, exceto minério de ferro.
O petróleo sobe em Londres e em Nova York, na expectativa pela melhora na demanda, com a reabertura chinesa.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 2,60%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,2256 / -2,37 %
Euro / Dólar : US$ 1,07 / 0,188%
Dólar / Yen : ¥ 132,43 / 0,273%
Libra / Dólar : US$ 1,21 / 0,356%
Dólar Fut. (1 m) : 5269,64 / -2,29 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 24: 13,61 % aa (-0,66%)
DI - Janeiro 25: 12,90 % aa (-1,70%)
DI - Janeiro 26: 12,80 % aa (-1,89%)
DI - Janeiro 27: 12,82 % aa (-1,84%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 1,2285% / 108.964 pontos
Dow Jones: 2,1273% / 33.631 pontos
Nasdaq: 2,5623% / 10.569 pontos
Nikkei: 0,59% / 25.974 pontos
Hang Seng: 1,89% / 21.388 pontos
ASX 200: 0,59% / 7.151 pontos
ABERTURA
DAX: 0,254% / 14647,06 pontos
CAC 40: 0,081% / 6866,51 pontos
FTSE: -0,099% / 7691,87 pontos
Ibov. Fut.: 1,26% / 110374,00 pontos
S&P Fut.: 0,43% / 3932,25 pontos
Nasdaq Fut.: 0,468% / 11167,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 1,53% / 109,77 ptos
Petróleo WTI: 3,38% / $76,26
Petróleo Brent: 3,11% / $81,01
Ouro: 0,41% / $1.873,85
Minério de Ferro: -0,44% / $117,30
Soja: 0,10% / $1.503,00
Milho: 0,23% / $655,75
Café: 0,92% / $159,75
Açúcar: 0,63% / $19,09