Apesar da literal invasão de território, Putin mais uma vez opera na guerra de narrativas de forma a justificar seu movimento no xadrez geopolítico, aceitando a independência dos territórios que sequer estavam sob controle ucraniano e entrando no local com uma ‘missão de paz’.
Sim, isso faz uma enorme diferença do que poderia ser considerada uma invasão de país soberano, sob a óptica diplomática, afinal, por mais hipócrita que possa soar, o sinal emitido pela Rússia é de ajuda a um território majoritariamente de população russa.
Ao adentrar o território de Donbas, onde ficam as províncias de Donetsk e Luhank, as quais reconheceu independentes, Putin não sofreu nenhuma resistência, por serem áreas já dominadas por grupos simpáticos à Rússia, assim como ocorreu na Criméia, território com população de russos ou descendentes em larga maioria.
Agora o mundo se pergunta quais os planos da Rússia, a qual possui um PIB semelhante ao Brasil, menor população, características igualmente semelhantes em termos de indicadores econômicos, reservas muito superiores, um comércio exterior mais limitado, porém com um exército muito mais expressivo e obviamente, armas nucleares.
Isso serve para colocar em perspectiva o atual contexto, ou seja, a Rússia seria como um Brasil nuclear, fortemente armado, invadindo algum vizinho que tenha algum interesse geopolítico, ou como se os EUA fossem hostis a nós e quisessem instalar forças de defesa contra nós na Guiana, fazendo-a adentrar a uma fictícia OTAS (Organização do Tratado do Atlântico Sul).
Sim, a OTAS foi cogitada hoje existe a chamada Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (ZPCAS) foi iniciativa do Brasil em 1986, porém não vem ao caso.
Em resumo, os planos de Putin, ainda não inteiramente conhecidos tem como base uma estrutura econômica relativamente frágil, conta fortemente com seu arsenal nuclear e algo que poucos estão mencionando, a força russa no ciberespaço.
O resultado será mais do que obvio no curto prazo: volatilidade dos ativos de mercado financeiro, alta no preço de commodities energéticas e consequente inflação, caso a situação não se resolva em um prazo minimamente decente, além dos danos às moedas de mercados emergentes, ou seja, não é bom para o Brasil.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, a escalada das tensões russo-ucranianas.
Em Ásia-Pacífico, mercados em queda, com investidores continuando a observar a crise na Ucrânia e sua nova fase.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos até cinco anos de vencimento.
Entre as commodities metálicas, altas, exceção ao minério de ferro e cobre.
O petróleo abre em alta em Londres e Nova York, apesar do avanço de negociações do programa nuclear iraniano, devido à questão ucraniana.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 8,36%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,1066 / -0,62 %
Euro / Dólar : US$ 1,13 / 0,106%
Dólar / Yen : ¥ 114,88 / 0,096%
Libra / Dólar : US$ 1,36 / -0,110%
Dólar Fut. (1 m) : 5104,68 / -0,79 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 23: 12,38 % aa (-0,24%)
DI - Janeiro 24: 11,94 % aa (-0,33%)
DI - Janeiro 26: 11,18 % aa (-0,80%)
DI - Janeiro 27: 11,21 % aa (-0,88%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -1,0229% / 111.725 pontos
Dow Jones: -0,6786% / 34.079 pontos
Nasdaq: -1,2295% / 13.548 pontos
Nikkei: -1,71% / 26.450 pontos
Hang Seng: -2,69% / 23.520 pontos
ASX 200: -1,00% / 7.161 pontos
ABERTURA
DAX: -0,615% / 14640,50 pontos
CAC 40: -0,390% / 6761,90 pontos
FTSE: -0,290% / 7462,66 pontos
Ibov. Fut.: -1,02% / 113131,00 pontos
S&P Fut.: -0,43% / 4324,75 pontos
Nasdaq Fut.: -1,840% / 13854,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 1,87% / 113,72 ptos
Petróleo WTI: 4,39% / $95,07
Petróleo Brent: 3,60% / $98,82
Ouro: -0,34% / $1.894,87
Minério de Ferro: -1,04% / $141,11
Soja: 1,78% / $1.628,75
Milho: 2,52% / $668,50
Café: -0,02% / $245,50
Açúcar: 0,99% / $18,38