Quem acompanha o mercado financeiro de perto sabe que os indicadores econômicos americanos e de outras potências são tão importantes quanto os brasileiros. Isto é explicado, em partes, pela forma como as economias de todo o mundo se relacionam, com mercados cada vez mais abertos e interligados. Por causa desses e outros fatores, a inflação norte-americana deve ser olhada de perto pelos investidores de todo o mundo neste momento.
Todos lembram que, no auge da crise causada pela pandemia de coronavírus em 2020, os Bancos Centrais de todas as partes do mundo iniciaram um processo de injeção de liquidez nos mercados por conta dos estragos nas economias.
Só o Federal Reserve (FED), que controla a política monetária dos Estados Unidos, injetou cerca de US$ 3 trilhões entre auxílios, incentivos e recompra de títulos no mercado.
Tal movimento ajudou a pressionar a inflação não só por lá, mas em todo o mundo, e já fazem alguns meses que os agentes econômicos de todo o mundo têm olhado com preocupação para o indicador. Isto porque, toda vez que há um temor inflacionário consistente, é certo que haverá uma correção na taxa de juros.
Por enquanto, o número atual é considerado transitório, mas, caso ele se mantenha em alta, a tendência é que a política monetária nos EUA seja alterada, fazendo com que a curva longa de juros suba.
E é por isso que o investidor deve ficar atento.
Quando este cenário de correção acontece, os investidores, de forma geral, tendem a buscar produtos mais relacionados com a renda fixa como bonds e títulos de crédito de recebíveis, o que pode causar uma maior volatilidade em ativos de risco.
Para se proteger, é interessante buscar produtos multi estratégicos descorrelacionados da economia americana e não concentrar demais a carteira em ações. Exemplo disso são o ouro, moedas e até mesmo o Bitcoin (dependendo da tolerância ao risco).
Ainda não sabemos ao certo quando a mudança de política fiscal do Fed ocorrerá. Alguns analistas falam que na metade de 2022 e outros acreditam que ela só seja alterada em meados de 2023.
Independentemente do cenário, é preciso que o investidor busque uma diversificação inteligente da carteira para não se machucar ao longo do caminho. Bons negócios!