A inflação se torna cada vez mais o tema inevitável no mundo, em meio às pressões que, diferente das premissas e esperanças de alguns bancos centrais, não tem dado sinais de alívio e portanto, não são temporárias.
Na Alemanha hoje, a inflação ao atacado atingiu, 4,9%, ante projeções de 2,7% e levou a inflação anual para 30,9%, um recorde na história recente do país e tende a influenciar o resultado do bloco europeu nos dados a serem divulgados na próxima semana.
Em diversas localidades na Europa já faltam diversos item básicos, a população tem apelado pela estocagem e muito tem a ver ainda com as questões russo/ucraniana, chinesa e energética, em resumo, tudo que foge do potencial de atuação das políticas monetárias mundo afora.
Nos EUA, um setor que mantemos atenção contínua é o da construção civil, de onde sai uma parcela significativa da inflação e de onde se emitem os sinais mais evidentes de uma bolha de liquidez, ainda que não nas dimensões da crise de hipotecas, quando a bolha estourou em 2008.
Deste modo, os sinais de pressão do setor também são sinais de pressão de preços e com isso, os dados de licenças para construção, concomitantes com dados de início de imóveis em alta, superando as expectativas dos analistas demonstram que o setor ainda tem espaço para alimentar a inflação.
Isso eleva a importância da leitura de dados como vendas de imóveis existentes hoje e de um estranho sinal de contração de preços observado recentemente, quando os anúncios de vendas de imóveis registraram uma anormal baixa acima da sazonalidade do período.
Para resumirmos, a inflação continua pressionada e continuará ainda no curto prazo, em meio à série de eventos que retroalimentam tais pressões, onde se incluem os programas de estímulos ainda presentes no mundo.
Alguns analistas já projetam a necessidade do Fed elevar os juros em 75 bp já nas próximas reuniões, enquanto diversos membros do BCE citam a necessidade do início da normalização de juros já no mês de julho, contrariando as premissas dovish de parte de seus membros, incluindo LaGarde.
A realidade é que estamos observando o fim da globalização, porém o principal elemento que ainda sobra dela foi compartilharmos esta inflação.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, após o resultado ruim de Netflix (NASDAQ:NFLX) e na expectativa por P&G, Tesla (NASDAQ:TSLA) e United Airlines (NASDAQ:UAL).
Em Ásia-Pacífico, mercados mistos, após manutenção de juros na China.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceção ao paládio.
O petróleo abre em alta em Londres e Nova York, após perdas mais recentes e preocupações com a oferta.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -3,09%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 4,6683 / 0,32 %
Euro / Dólar : US$ 1,09 / 0,658%
Dólar / Yen : ¥ 127,67 / -0,962%
Libra / Dólar : US$ 1,31 / 0,423%
Dólar Fut. (1 m) : 4687,95 / 0,41 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 23: 13,04 % aa (-0,50%)
DI - Janeiro 24: 12,68 % aa (0,00%)
DI - Janeiro 26: 11,85 % aa (0,13%)
DI - Janeiro 27: 11,80 % aa (0,25%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,5451% / 115.057 pontos
Dow Jones: 1,4516% / 34.911 pontos
Nasdaq: 2,1549% / 13.620 pontos
Nikkei: 0,86% / 27.218 pontos
Hang Seng: -0,40% / 20.945 pontos
ASX 200: 0,05% / 7.569 pontos
ABERTURA
DAX: 1,161% / 14317,78 pontos
CAC 40: 1,419% / 6627,53 pontos
FTSE: 0,402% / 7631,80 pontos
Ibov. Fut.: -0,60% / 116989,00 pontos
S&P Fut.: 0,03% / 4460,5 pontos
Nasdaq Fut.: -0,102% / 14202,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,07% / 131,42 ptos
Petróleo WTI: 0,73% / $103,31
Petróleo Brent: 0,70% / $108,00
Ouro: 0,11% / $1.952,40
Minério de Ferro: -0,09% / $154,58
Soja: 0,33% / $1.722,25
Milho: -0,16% / $802,75
Café: -0,20% / $220,85
Açúcar: 0,00% / $19,74