Não é de hoje que trago essa discussão neste espaço. O aumento da representatividade feminina, seja no mercado de trabalho ou de capitais, tem o potencial de transformar vidas e não sou eu quem está dizendo.
Dados do relatório global sobre participação feminina, produzido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), revelam que a economia brasileira poderia receber uma injeção de mais de R$300 bilhões ao longo de anos caso a desigualdade fosse reduzida em 25%.
A conclusão do estudo é que a inserção das mulheres levaria a um aumento no poder de consumo das famílias, seja em bens ou serviços.
Essas informações, porém, revelam efeitos mais tangíveis, ou seja, acabam não considerando a transformação social que ocorre quando uma garota ou mesmo mãe começa a estudar ou a trabalhar.
A própria OCDE diz que quando levamos educação financeira para uma mulher, o contexto social é afetado. Em outras palavras, as mães, avós, irmãs, tias e filhas ensinam amigos e familiares sobre aquilo que aprenderam.
No Brasil, uma iniciativa da Caixa Econômica Federal me deixou bastante esperançosa sobre o futuro. Segundo a Daniella Marques, presidente do banco, precisamos ter a dimensão do que uma empresa pode realizar.
Não vou citar nomes, mas existem alguns players no mercado brasileiro que foram fundamentais para vermos o número de investidoras e investidores aumentar de forma vertiginosa nos últimos dez anos.
Assim como eles, instituições ainda maiores podem causar impactos sociais ainda mais profundos no país, dando acesso a crédito e educação financeira.
O projeto Caixa Pra Elas, por exemplo, prevê este tipo de ação e mais do que isso. Também oferece orientações sobre prevenção contra a violência para mulheres e terá espaços dedicados a este tipo de atendimento dentro das agências.
O aplicativo teve mais de 27 milhões de downloads no primeiro mês e mais de 70 mil consultas presenciais já foram realizadas até agora.
Além da Caixa, outras instituições devem seguir o mesmo caminho. Mais do que uma chamada ação afirmativa, a inserção das mulheres nos diversos mercados deve estar no radar dos gestores, mas, também, dos investidores de um modo geral.
Como eu disse anteriormente, deixamos de ter um incremento de mais de R$ 300 bilhões no PIB brasileiro, porém, mais do que perder dinheiro, algumas garotas estão vendo os seus talentos serem desperdiçados. Pense nisso!